Os estereótipos de gênero afetam o que as meninas e os meninos escolhem como profissão no futuro

Impor clichês de gênero na sociedade limita o desenvolvimento das habilidades e capacidades. Das garotas que chegam à universidade, só um terço opta por ciências

Por ALEJANDRA AGUDO, do El Pais 

Menina Negra (Foto: @ANDREMELCHER/Nappy)

Elas querem ser atrizes, estilistas ou professoras quando crescerem. Embora haja exceções, perguntadas sobre o que gostariam de ser quando forem adultas, a maioria das meninas escolhe profissões estereotipadas. Mas, e se elas fossem meninos? Foi isso que a ONG Liga da Educação perguntou a um grupo de crianças em Fuenlabrada, Madri. Muitas mudaram sua resposta inicial, como você pode ver no vídeo experimental de sua campanha contra a violência de gênero. Astronauta, policial, médica … seriam suas opções de vida se tivessem nascido homem. “Os meninos gostam mais da lua”, explica uma das entrevistadas.

Os meninos não estão isentos de estereótipos de gênero. Eles imaginam um futuro como jogadores de futebol, bombeiros ou construtores, mas, se fossem meninas, gostariam de ser cabeleireiros de cachorros, professores ou atrizes. “O fato de estarem escolhendo profissões feminilizadas (elas) e masculinizadas (eles) nada mais é do que um reflexo da cultura na qual vivem imersos em uma desigualdade tradicional e estrutural entre homens e mulheres”, diz. Rosa Martínez, secretária de Infância da Liga de Educação. E isso, continua ela, “limita o desenvolvimento de suas habilidades e capacidades”.

“A primeira coisa a fazer é tomar consciência da realidade em que nos encontramos e romper a miragem de igualdade em que vivemos imersos”, sugere Martínez. Só então a transformação pode acontecer, diz. “Na Liga da Educação acreditamos que o feminismo ainda é uma questão em falta nas escolas e, com campanhas como essa, pretendemos que isso mude”, acrescenta Ana Rodríguez Penín, diretora de Igualdade da ONG. Por isso, elas acreditam que um dos principais campos de batalha é a escola. Essa é a mesma opinião de Paulo Speller, secretário Geral da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI). “É necessária uma educação em que tudo seja o mesmo para meninos e meninas”, disse ele durante seu pronunciamento em um debate sobre meninas e mulheres na ciência nas Jornadas Europeias do Desenvolvimento, em Bruxelas, em 6 de junho.

Leia o artigo completo aqui 

+ sobre o tema

‘Black Lives Matter’: As três mulheres negras por trás do movimento contra o racismo

Foi chorando lágrimas de indignação por conta da absolvição...

Tamo junta

Fui passar o final de ano na casa dos...

para lembrar

Revolucionária, Serena Williams dá adeus às quadras e deixa enorme legado

Serena Williams já tinha avisado: ela é péssima em...

A história das mulheres negras fundamentais para a viagem à Lua

Há quem diga que o homem nunca pisou na Lua....

Corpo de luta, espaço de resistência

A colonização como agente no processo de desconstrução do...

‘Quem me colocou em visibilidade foi o movimento negro’, diz Conceição Evaristo

A literatura brasileira tem sofrido mudanças significativas com o...
spot_imgspot_img

‘A gente pode vencer e acender os olhos de esperança para pessoas negras’, diz primeira quilombola promotora de Justiça do Brasil

"A gente pode vencer, a gente pode conseguir. É movimentar toda a estrutura da sociedade, acender os olhos de esperança, principalmente para nós, pessoas...

Ana Maria Gonçalves anuncia novos livros 18 anos após lançar ‘Um Defeito de Cor’

Dois novos livros de Ana Maria Gonçalves devem chegar ao público até o fim de 2024. As novas produções literárias tratam da temática racial...

Mulheres recebem 19,4% a menos que os homens, diz relatório do MTE

Dados do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios mostram que as trabalhadoras mulheres ganham 19,4% a menos que os trabalhadores homens no...
-+=