Shirley Chisholm: a 1ª mulher negra a concorrer à presidência dos EUA

Enviado por / FonteDo Hypeness

Em 1972, as eleições dos Estados Unidos tiveram a primeira pré-candidata negra da história: Shirley Chisholm concorreu ao cargo pelo Partido Democrata. Durante a campanha, recebeu pelo menos três ameaças de morte e precisou lutar para que sua candidatura fosse levada a sério.

Demoraria ainda muito tempo para o primeiro homem negro sentar na cadeira presidencial. Barack Obama, foi eleito apenas em 2009. A candidatura de Shirley nos anos 70 mostra sua força ao concorrer ao cargo poucos anos após a eclosão do movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

(Foto: domínio público)

Pessoas negras só conquistaram o direito ao voto no país em 1965, sete anos antes que o nome de Shirley surgisse como aspirante à presidência.

Ela também foi a primeira mulher negra no congresso estadunidense. O cargo permitiu que lutasse pela igualdade racial e de gênero no país.

Shyrley Chisholm revisando estatísticas políticas em 1965 (Foto: domínio público)

Shirley pressionou para que o governo expandisse o programa de auxílio alimentação para pessoas de baixa renda, fez campanha pela adoção do salário mínimo e se opôs à Guerra do Vietnã.

Gravações de 1974 divulgadas pelo US National Archives mostram que a pioneira era também uma visionária. Em um clipe, ela diz que não ficaria surpresa se os Estados Unidos não tivessem uma presidente mulher nos próximos 20 ou 25 anos.

Até hoje, o país não elegeu nenhuma mulher para a presidência.

A candidata sentiu o preconceito duplamente em sua trajetória política. Seus poucos colegas negros, em quem ela esperava poder confiar, preferiram apoiar homens brancos a ajudar uma mulher que lutava contra a segregação racial.

Com a falta de apoio, Shirley perdeu as primárias para George McGovern, que concorreu à presidência (e perdeu) contra Richard Nixon.

Apesar disso, a congressista soube deixar sua marca até nas coisas mais sutis. Uma das atitudes foi contratar uma equipe composta apenas por mulheres, metade delas negras.

Sua luta continou até 1982, quando se aposentou da vida política. Em 2015, sua atuação foi reconhecida com a Medalha Presidencial da Liberdade, considerada a maior condecoração civil dos Estados Unidos.

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