Justiça condena SP a pagar R$ 600 mil a familiares de vítima da chacina de Osasco

Episódio que vitimou 17 completa sete anos neste sábado (13)

A 11ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a Fazenda do estado paulista a pagar cerca de R$ 600 mil por danos morais a familiares do pintor Jailton da Silva, assassinado aos 28 anos na chacina de Osasco, em 2015. O episódio completa sete anos neste sábado (13).

Jailton da Silva foi uma das 17 vítimas da maior chacina registrada na história do estado de São Paulo. As execuções foram capitaneadas por policiais militares e por guardas civis da cidade de Barueri, que buscaram vingar a morte de colegas.

A corte manteve decisão que havia sido dada em primeira instância e aumentou o valor das indenizações e da pensão atribuída a três filhos do pintor —esta última, fixada em 2/3 do salário-mínimo até que eles completem 25 anos de idade.

A Fazenda chegou a recorrer, pedindo uma redução no valor da indenização e afirmando que não houve prova de que o disparo que matou Jailton da Silva foi efetuado durante o exercício de função pública. Mas teve seu apelo negado.

“Não há controvérsia nos autos, no substancial, acerca da morte de Jailton Vieira da Silva, que se vitimou por disparos de agentes policiais”, afirmou o desembargador Ricardo Dip, relator do caso.

O magistrado ainda apontou que houve omissão na fiscalização dos agentes, uma vez que as munições usadas na chacina pertenciam ao Estado e eles agiram na qualidade de policiais. Cabe recurso junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal), além de embargos de declaração no tribunal paulista.

“A chacina revelou o fracasso do Estado em coibir a formação de grupos de extermínio em suas forças de segurança. E isso deve ser alvo de severa repulsa por parte do Judiciário. As indenizações precisam efetivamente servir de exemplo para a mudança”, afirma o advogado dos familiares da vítima, João Tancredo.

O Tribunal de Justiça de São Paulo ainda condenou a Fazenda a ressarcir os familiares pelas despesas funerárias com o sepultamento de Jailton, mas negou condenar o município de Barueri e acolher um pedido de custeio para tratamentos psicológicos.

“Nenhuma foi nos autos a prova de estabelecimento de transtornos de natureza psicológica a justificar-lhes o reconhecimento”, afirmou o relator em seu voto.

A ex-presidente da Fisesp (Federação Israelita de São Paulo) Vera Bobrow compareceu ao Fórum Mulheres na Política, realizado na sede da entidade, em São Paulo, na terça-feira (9). A economista e rabina Elca Rubinstein também esteve lá. A pré-candidata a deputada estadual Marcia Raicher (PRTB) participou do bate-papo

+ sobre o tema

Racismo nos espaços feministas brancos

Quando falamos de “espaços feministas brancos” o que queremos...

Ele Não Porque Eu Sou Negro

Qualquer um que se preste a ler e estudar,...

Líder comunitário denuncia secretário municipal por racismo

Fonte: F@to Re@l - O presidente da Associação dos...

para lembrar

Trote da UFMG: crônica da impunidade anunciada

   por  André Karam Trindade Diário de Classe,...

Brasil: onde racistas só se surpreendem com o racismo dos outros

Não dá pra ter indignação seletiva, revoltar-se com o...

Fazendeiro vira réu por suspeita de racismo contra índios

A Justiça Federal em Mato Grosso aceitou, no fim...
spot_imgspot_img

À espera da extinção da escravidão

Dia 13 de maio de 2024 completam-se 136 anos da assinatura da Lei 3.353/1888 pela então princesa imperial regente. Para além do abandono dos negros...

Uma supernova

No dia em que minha irmã nasceu, a Nasa fotografou uma supernova no universo. Quando minha irmã nasceu, foi uma das maiores alegrias da minha...

Número de crianças e adolescentes mortos pela polícia cresce 58% sob governo Tarcísio, apontam dados da SSP

O número de crianças e adolescentes mortos pela polícia aumentou 58% entre 2022 e 2023 — primeiro ano do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) —,...
-+=