A “tia do cafezinho” e as invisibilidades diárias do povo negro

De acordo com o jurista Silvio Almeida, autor da obra “O que é Racismo Estrutural”geralmente quando pensamos o que é racismo imaginamos uma violência direta praticada contra uma pessoa negra, impedir que alguém em decorrência da sua cor entre em algum lugar ou seja seguida no shopping. No entanto o racismo se constitui uma normalidade racionalizada produzindo ações conscientes e inconscientes. O racismo está na superestrutura como parte da engrenagem do sistema capitalista influenciando diretamente todas as relações humanas e reproduzimos a todo momento um conjunto de padrões que nem conscientizamos se tratar de racismo como o uso dos termos “denegrir”, “lista negra”, “mulata”… O racismo produz uma série de comportamentos com vistas a retirar a humanidade de pessoas negras, (de forma consciente ou não) ao trata-las de maneiras coisificadas, sem identidade, sem um nome, “a tia do café” “o negão da fila, “aquele negão da borracharia” “que cabelo assim assado, posso pegar?” E seguindo privada de sua humanidade, a população negra se torna alvo fácil para as políticas genocidas e de encarceramento em massa; “quem é aquele que está sendo ali preso? ” É NINGUÉM!”

Segundo Lélia González, Antropóloga, Feminista, Brasileira, negros e negras tem que ter nome e sobrenome senão o racismo dá o nome que quiser. Se faz necessário perceber nas relações de empresa, por exemplo, que “a tia do cafezinho”, geralmente é uma mulher negra, tem um nome, um sobrenome, uma história e uma família. Que nas confraternizações, ela seja chamada para sair nas fotos. Que ela esteja desde já nos murais de aniversariantes da casa. Além do “bom dia”, pergunte a ela como tem passado e quais são os seus sonhos! Atitudes tais contribuem para práticas antiracistas que não é apenas uma hastag.


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