Neste domingo (8) comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Obtivemos avanços incríveis, isto é inquestionável. Avançamos em muitos aspectos, mas ainda há muito a conquistar.
Por Mônica Francisco Do Jornal do Brasil
Em um mundo onde o patriarcado ainda mostra a sua força, tendo em alguns lugares a religião como mais uma de suas armas, temos visto que muito ainda há por fazer e conquistar. Haja visto o episódio da jovem molestada no ônibus a caminho da escola, que não teve a solidariedade de ninguém no interior do veículo e pediu ajuda ao pai pelo celular.
Outros episódios que nos marcou esses dias, foram o do ator que confessou um estupro e foi aplaudido, e um médico, que denunciou uma mulher que estava em situação extremamente delicada após um aborto e necessitando de cuidados. Isso mostra o quanto ainda estamos vulneráveis em uma sociedade que aplaude um estupro e não se comove com um corpo feminino arrastado por uma viatura da polícia em suplício público.
Por essas e outras é que penso que este dia é para voltarmos todo nosso pensamento e a força do nosso amor para as mulheres que têm visto seus filhos, maridos, amigas, irmãs, vizinhas e elas próprias, violadas ou mortas pelo terror. Boko Haram, Estado Islâmico, Talibãs e tantos outros algozes.
As mulheres aqui da América Latina, nossas irmãs das Américas e Caribe, África, Europa e Índia.Neste domingo vamos comemorar sim, mas também vamos gritar contra toda forma de opressão às mulheres.
Como mulher negra e oriunda de favela, não posso deixar de compartilhar com vocês as dores e as delícias de viver sob estigmas. Driblar a falta da água por longos períodos, dar conta das perdas, das dificuldades de se criar filhos á sombra das violências.
Todo meu carinho e minha homenagem a todas as mulheres, mas em especial às mulheres que sobrevivem nas favelas do Rio de Janeiro e do Brasil. Às mães e mulheres do Cabula, às mães dos 43 estudantes sequestrados em Iguala, no México, às mulheres e meninas da Nigéria, a todas aquelas que sabem e sentem o que é ser mulher.
“A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não aos Autos de Resistência, à GENTRIFICAÇÃO e ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO OBRIGATÓRIO e à REMOÇÃO!”
*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@ MncaSFrancisco)