Academia de Hollywood prefere negros em personagens subservientes, diz estrela de Selma

A não-indicação de “Selma” para mais categorias do Oscar 2015 ainda não caiu bem no cinema americano. O protagonista do filme, David Oyelowo, afirmou nesta semana que a Academia de Ciências Cinematográficas de Hollywood prefere atores negros em personagens menores aos brancos. “Nós, negros, somos celebrados apenas quando somos subservientes; quando não somos líderes ou reis ou sermos o centro de narrativa sobre nós mesmos”, declarou.

David Oyelowo lembrou os casos de Denzel Washington em “Malcolm X” e de Sidney Potier em “No Calor da Noite” que não venceram o Oscar de Melhor Ator em personagens negros com perfil de liderança. “Nós (negros) fomos escravos, empregados domésticos, criminosos e todos os tipos de coisas. Mas também fomos líderes, reis e pessoas capazes de mudar o mundo”, declarou.

O ator ainda afirmou que um motivo para mais filmes com personagens negros não serem feitos se deve a uma possível culpa ‘branca’ sobre os maus tratos cometidos ao longo da história. “As pessoas me perguntam: por demorou tanto tempo para a história de Martin Luther King chegar aos cinemas? Até o sucesso de crítica e público alcançado por “12 Anos de Escravidão” e “O Mordomo da Casa Branca”, esse tipo de filme era sempre pelos olhos do branco dentro de sua própria narrativa tudo para evitar um possível sentimento de culta. O que você tem, então, é um cara branco muito legal que segura a mão do negro para ajudá-lo. A ideia é que o público não queira ver aquela dor, deixando o lado autêntico desse sentimento”, afirma David Oyelowo.

Por fim, David Oyelowo comemorou o sucesso alcançado por “Selma”, “12 Anos de Escravidão” e “O Mordomo da Casa Branca” como forma de abrir portas para mais filmes com temáticas voltadas para os negros.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...