Mike du Toit, líder do grupo racista Boeremag, que arquitetou um plano para matar Nelson Mandela, o primeiro presidente negro da África do Sul, foi condenado por traição nesta quinta-feira.
A Suprema Corte em Pretória condenou ainda Du Toit por estar por trás de nove atentados a bomba contra a favela de Soweto, a maior de Joanesburgo, que em 2002 deixaram um morto. Ele é a primeira pessoa condenada por traição na África do Sul desde o fim do apartheid, em 1994.
A corte anunciou o veredicto contra Du Toit, um ex-acadêmico, depois de um julgamento de nove anos.
O juiz Eben Jordaan afirmou que Du Toit era autor de um projeto de “revolução” que pretendia desalojar negros da maior parte da África do Sul e matar qualquer um que se opusesse, segundo a Associação de Imprensa da África do Sul.
O Boeremag também planejou assassinar Mandela, que passou 27 anos preso antes de ser eleito presidente em 1994 e conseguir unir forças na luta pela igualdade racial e dar fim ao regime do apartheid.
Outros suspeitos
Mais de 20 outros suspeitos estão sendo julgados com Du Toit, mas a Justiça ainda não deliberou suas sentenças.
Ao longo do julgamento, cerca de 200 pessoas testemunharam, incluindo policiais e informantes de dentro do grupo.
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Mandela, que completou 94 anos de idade em 18 de julho, permaneceu como presidente da África do Sul até 1999, quando passou o poder para Thabo Mbeki.
Apesar de a legislação ter mudado desde então no país, as relações raciais ainda se mostram extremamente tensas na África do Sul. Grupos extremistas com o Boeremag, cujo nome significa “poder africâner”, no entanto, não têm tido tanto apoio como antes.
Fonte: IG