África do Sul quer usar Copa para unir brancos e negros

A 209 dias da Copa do Mundo na África do Sul, o clima de festa e futebol está em todos os cantos do país. O governo de Jacob Zuma aproveita a realização dos jogos em nove cidades para estimular a integração de brancos e negros, uma vez que as divergências étnicas ainda estão presentes no cotidiano dos sul-africanos. O assunto também está na pauta de acordos comerciais e troca de experiência entre brasileiros e sul-africanos.

Do Terra

EDRO UGARTE/AFP/Getty

Os banners, cartazes e placas destacam a realização da Copa do Mundo em 2010, mas na cultura sul-africana os jogos são associados a negros, pois o futebol é um esporte que eles praticam, enquanto o rugby (futebol americano) e o críquete são esportes associados aos brancos.

O governo sul-africano apressa a conclusão de obras, como a do metrô que ligará a capital política, Pretória, à principal cidade do país que é Johanesburgo, e de quatro, dos nove estádios, que estão sendo ampliados. No entanto, há problemas estruturais que preocupam as autoridades, como o esquema de segurança e de transporte público, além da rede hoteleira.

Para solucionar a falta de transporte público no país, que se sustenta em atividades de vans, o governo sul-africano disponibilizou recentemente linhas de ônibus, fabricados por uma empresa brasileira, ligando o Soweto, o bairro negro mais tradicional de Johanesburgo, ao centro da cidade, e acelera a construção do metrô.

As expectativas agora estão voltadas para o próximo sábado, quando o técnico Carlos Alberto Parreira reestreia no comando da seleção sul-africana na disputa com o Japão. No entanto, especialistas afirmam que o desafio de Parreira é superar as fragilidades do grupo, que é uma das seleções mais fracas do continente africano.

No caso da África do Sul, a Copa do Mundo também é uma oportunidade de negócios. No grupo de empresários brasileiros que integram a missão organizada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, alguns são ligados ao setor esportivo. Mas o próprio ministro não resistiu à proximidade dos jogos e ao clima de festa.

“Esperamos assistir a uma final entre Brasil e África do Sul, mas não me atreverei a dar um palpite sobre esta final”, disse Jorge, em tom de brincadeira, em conversa com o ministro do Comércio e Indústria da África do Sul, Rob Davies.

Na viagem ao Brasil, no mês passado, o presidente sul-africano fez a mesma afirmação em um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula reagiu apenas com um sorriso.

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