Africanos e europeus apresentam suas experiências com centros dedicados a pesquisas sobre a África

 

As experiências de Gana, Moçambique, Guiné Bissau, Inglaterra, Portugal e França com centros dedicados às pesquisas sobre a África foram apresentadas e debatidas esta tarde, no campus Pampulha, como parte da programação da II Jornada de Estudos Africanos.

Kwame Amoah Labi, professor do Institute of African Studies, da Universidade de Gana, apresentou as atividades do primeiro centro do gênero naquele país, criado em 1952. “Achamos que é obrigação das universidades com sede na África manter departamentos dedicados aos estudos sobre política, cultura e sociedade africanas. No caso da Universidade de Gana, todo estudante de graduação é obrigado a cursar uma disciplina nessa área, seja sobre política, cultura, música ou arte”, diz.

O professor destacou a importância de que países fora do continente africano também se dediquem, a estudar o continente. “No caso do Brasil, é muito clara a relevância dos estudos africanos, uma vez que o país possui descendência direta de africanos, da época da escravidão. Para o brasileiro conhecer suas origens, ele precisa conhecer melhor a África”, explica.

A professora responsável pela coordenação do Centre of West African Studies, da Universidade de Birmingham (Inglaterra), Benedetta Rossi, corrobora essa ideia. Para ela, a forte ligação histórica entre Europa e África cria a necessidade de que os europeus também estudem a fundo a cultura e a política dos países africanos.

“Além de conhecer o passado africano, vemos a necessidade de estudar o presente daquele continente. No mundo globalizado, estamos todos ligados e, dessa forma, os problemas e questões africanas também nos atingem na Europa”, esclarece.

O Centre of West African Studies da Universidade de Birmingham funciona desde 1963. Um dos projetos destacados por Benedetta Rossi é o Knowing each other, desenvolvido em parceria com universidades nigerianas. “Pesquisamos as religiões presentes na Nigéria e suas ligações com a política e cultura do país. Realizamos investigação etnográfica intensa para conhecer como a diversidade de religiões gera intolerância”, explica.

Intercâmbio de pesquisas
Kwame Amoah Labi, de Gana, apontou, ainda, a necessidade de estudos africanos de caráter global. Para ele, países da América Latina, Europa e da própria África precisam pesquisar temas comuns, de forma colaborativa.

“Somente quando os pesquisadores viajarem de um país para o outro para participar de pesquisas de outras universidades é que seremos capazes de compartilhar o aprendizado. Quem está fora do continente africano se beneficia do distanciamento do objeto da pesquisa, e tem muito a colaborar conosco, que vivemos lá.”

O pesquisador acrescenta que a UFMG poderá ser uma grande parceira latino-americana nos estudos desenvolvidos pelo Institute of African Studies, da Universidade de Gana. “A partir dessa jornada, decidimos publicar os resumos dos artigos que desenvolvemos em Gana também em português. É um modo de darmos início a troca de experiências e intercâmbio de pesquisadores com o Centro de Estudos Africanos que acaba de ser inaugurado pela UFMG”, concluiu.

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Fonte: UFMG

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