Anne Claire Cools

“Para cada marido abusivo existe uma mãe abusiva”.
“Por detrás de cada homem abusivo existe uma mãe abusiva.”
“Acreditem”

Anne Claire Cools, nascida em 12 de agosto de 1943, é membro do senado canadense.  Natural de Barbados, foi a primeira pessoa negra a ser designada para o senado daquele país.

Sua família imigrou para o Canadá em 1957, quando ela tinha 14 anos, e estabeleceu-se em Montreal.  Foi aluna da Universidade McGill, onde cursou serviço social na década de 1960 e ali se envolveu com o movimento estudantil radical.  Em 1969 participou de um protesto que durou dez dias, na Universidade Sir George Williams (mais tarde Universidade Concordia), contra alegadas manifestações de racismo naquele estabelecimento de ensino.  O protesto ocasionou um prejuízo de 2 milhões de dólares aos equipamentos de computação.  Embora não tivesse sido acusada de danos à propriedade, Cools foi condenada a quatro meses de prisão por haver participado do protesto.

Em 1974 ela se mudou para Toronto, onde fundou um dos primeiros abrigos para mulheres vítimas da violência no Canadá, o Women in Transition Inc., do qual foi diretora executiva.

Por duas vezes candidatou-se à Câmara dos Comuns canadense, pelo Partido Liberal do Canadá.  Perdeu a indicação, numa disputa altamente contestada, com John Evans, na eleição de 1978 em Rosedale.  Candidatou-se novamente em 1979, foi indicada, porém foi derrotada nas eleições de 1979 e 1980 pelo candidato David Crombie, do Partido Conservador Progressista.  Na segunda tentativa perdeu por menos de 2.000 votos.

Em 1984 foi convocada ao Senado canadense pelo então Governador Geral Edward Schreyer, mediante a recomendação do primeiro-ministro Pierre Trudeau.

Na década de 1990 a senadora Cools atuou no Comitê Especial de Custódia e Acesso à Criança, da Câmara dos Comuns/Senado.  Em 1998 o Comitê publicou um relatório, intitulado Pelo Bem das Crianças.  Sua principal recomendação foi que, após o término de um relacionamento conjugal, a tutela compartilhada presumivelmente atenderia os melhores interesses de uma criança.[1]  Sua intensa atuação no Comitê e suas amplas investigações a tornaram cada vez mais combativa no que dizia respeito a questões como direitos dos pais, divórcio e valores familiares.  Criticou, sem maiores rodeios, o governo liberal do primeiro-ministro Jean Chrétien, quando um projeto apresentado à Câmara dos Comuns foi arquivado, após intenso lobby por parte de grupos de mulheres.

A senadora tornou-se cada vez mais crítica dos governos liberais de Jean Chrétien e Paul Martin, bem como em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.  Em 8 de junho de 2004 anunciou que deixava seu partido e ingressava no Partido Conservador do Canadá.

Cools não hesitou em criticar Paul Martin depois que uma moção contra o governo dele passou em 2005.  Advogou abertamente que Martin resignasse em vez de dissolver o Parlamento, afirmando que a moção expressava falta de confiança no primeiro-ministro e não diretamente no governo.  Em vez de se convocar uma eleição geral, Cools afirmou que Martin deveria ter se demitido.

Em 25 de junho de 2007 ela foi afastada da convenção do Partido Conservador por ter se pronunciado contra o primeiro-ministro Stephen Harper e por votar contra o orçamento de 2007, mas ainda é reconhecida como membro do Partido, no que se refere a formas de governo.

Cools auto-designou-se como representante da divisão do Senado, na região de Toronto-Centro-York.

Controvérsia sobre agressões.

Em 2005 Cools alegou ter sido agredida por seus companheiros de Senado e testemunhou um senador batendo numa criança.  Senadores canadenses declararam ter ficado chocados, depois que essas alegações foram divulgadas pelos meios de comunicação.[2]

Referências

  1. ^ Committee Report; www2.parl.gc.ca.
  2. ^ Canadian Press (2005-06-07). “Senator’s Assault Claim Prompts Calls for Action“. London Free Press.http://www.canoe.ca/NewsStand/LondonFreePress/News/2005/06/07/1074701-sun.html. Retrieved on 2007-02-24.

Ligações externas 

  • Parliament of Canada biography
  • Senator Anne Cools official website

 

Tradução e pesquisa:

Carlos Eugênio Marcondes de Moura

Foto em destaque: Reprodução/ iPolitics 

 

+ sobre o tema

Letitia James, promotora e algoz de Andrew Cuomo

O apoio do governador Andrew Cuomo foi essencial para que Letitia...

Negras são as principais vítimas de violência no Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - A mulheres negras têm mais...

‘Se você denuncia machismo e racismo, é tratada como louca’, diz Timnit Gebru

Referência mundial no estudo de ética e inteligência artificial,...

25 de julho: Dia da Mulher Negra comemorado nesta segunda

O Dia Internacional da Mulher Negra será comemorado, pela...

para lembrar

Luiza Bairros lança programas de combate ao racismo na Bahia

O Hino Nacional cantado na voz negra, marcante, de...

Seafro monitora estatísticas de mulheres negras vítimas de violência

=O Núcleo de Saúde, Gênero e Religiões de Matiz...

Marido espanca mulher e depois apanha de vizinhos

Um homem de 30 anos foi detido por policiais...
spot_imgspot_img

Comida mofada e banana de presente: diretora de escola denuncia caso de racismo após colegas pedirem saída dela sem justificativa em MG

Gladys Roberta Silva Evangelista alega ter sido vítima de racismo na escola municipal onde atua como diretora, em Uberaba. Segundo a servidora, ela está...

A Justiça tem nome de mulher?

Dez anos. Uma década. Esse foi o tempo que Ana Paula Oliveira esperou para testemunhar o julgamento sobre o assassinato de seu filho, o jovem Johnatha...

Dois terços das mulheres assassinadas com armas de fogo são negras

São negras 68,3% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil, segundo a pesquisa O Papel da Arma de Fogo na Violência Contra...
-+=