Antropológa Debora Diniz recebe prêmio internacional por seu trabalho na área de igualdade de gênero

Colunista do EL PAÍS ganhou o Dan David Prize. “Se fui agraciada é porque sou uma brasileira na linha de frente da resistência à ofensiva contra os direitos das mulheres e meninas”

No El País

A pesquisadora Debora Diniz (Foto: Pablo Saborido/CLAUDIA)

A antropóloga e colunista do EL PAÍS Debora Diniz venceu nesta quarta-feira o prêmio Dan David na categoria igualdade de gênero. A iniciativa, que existe desde 2001, reconhece pesquisas interdisciplinares que “quebram paradigmas e fronteiras” em sua área, promovendo “impacto social e cultural”. “Estou emocionada com esta honra. Sou a segunda mulher da América Latina a receber este importante prêmio acadêmico”, escreveu a antropóloga no twitter. “Agradeço a todas as mulheres que eu conheci ao longo da minha carreira de pesquisadora. É alentador saber que a luta pelo aborto no Brasil é central à igualdade no mundo”. Diniz dividiu a honraria de um milhão de dólares (ou 4,7 milhões de reais) com a professora indiana Gita Sen, que atua na área de empoderamento econômico da mulher.

“Foi com emoção que recebi a notícia do Dan David Prize. Há muitas pesquisadoras globais sobre o tema da igualdade de gênero. Se fui uma das agraciadas, neste momento, é porque sou brasileira, uma mulher latino-americana na linha de frente da resistência à ofensiva autoritária contra os direitos das mulheres e meninas. É, assim, que o prêmio me anima a criar mais, a me dedicar ainda mais na defesa da democracia no Brasil”, disse ela ao jornal.

Diniz, que é professora da Universidade de Brasília e também pesquisadora da organização Anis Instituto de Bioética, precisou deixar o país em 2018 após sofrer uma série de ameaças de morte nas redes sociais devido à sua posição com relação aos direitos reprodutivos das mulheres. No EL PAÍS em português e espanhol, tem abordado as ameaças aos direitos das mulheres no continente e no mundo ao lado de Giselle Carino, cientista política argentina e diretora nas Américas da organização pelos direitos reprodutivos IPPF(International Planned Parenthood Federation).

Continue lendo aqui

+ sobre o tema

Capão Redondo ganha centro de atendimento a mulheres vítimas de violência

Além de assistência psicológica e jurídica, novo Centro de...

Mulheres negras estão solitárias em cargos de liderança, diz pesquisa

Quase 60% das mulheres negras que ocupam algum cargo de...

Camila Pitanga fez um dos melhores comentários sobre o racismo no Rio

A atriz Camila Pitanga postou nesta tarde uma mensagem...

para lembrar

Elza Soares: uma conversa com a cantora negra que desconhece a palavra tristeza

Em entrevista ao iBahia, a artista falou sobre carreira,...

Tributo por Sueli Carneiro

Quase tudo já foi dito sobre a importância histórica...

Contra homofobia, Beyoncé faz bandeira LGBT humana no palco; assista

Sempre surpreendendo, a cantora Beyoncé fez uma bandeira LGBT...

Novo racismo e velha homofobia – Por: Juremir Machado da Silva

O racismo é ardiloso. Inventa maneiras de ressurgir. Finge-se...
spot_imgspot_img

Pesquisa revela como racismo e transfobia afetam população trans negra

Uma pesquisa inovadora do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), intitulada "Travestilidades Negras", lança, nesta sexta-feira, 7/2, luz sobre as...

Aos 90 anos, Lélia Gonzalez se mantém viva enquanto militante e intelectual

Ainda me lembro do dia em que vi Lélia Gonzalez pela primeira vez. Foi em 1988, na sede do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), órgão...

Legado de Lélia Gonzalez é tema de debates e mostra no CCBB-RJ

A atriz Zezé Motta nunca mais se esqueceu da primeira frase da filósofa e antropóloga Lélia Gonzalez, na aula inaugural de um curso sobre...
-+=