Após Ciro, PT tenta enquadrar Skaf em SP

Por: Andréia Sadi e Nara Alves

Presidente do PSB em São Paulo diz que presidente da Fiesp é candidato “em qualquer circunstância”

Depois de enterrar a candidatura de Ciro Gomes à presidência, o PT articula fazer o mesmo com Paulo Skaf, pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo. O desafio, agora, é desidratar a candidatura de Skaf sem causar a ele o mesmo desconforto político causado a Ciro. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) insiste em concorrer com Aloizio Mercadante em vez de compor a chapa como vice, como desejam os petistas.

O presidente do PSB em São Paulo e secretário nacional de finanças da legenda, Márcio França, nega que a candidatura de Skaf esteja em negociação. “O Skaf é candidato em qualquer circunstância. Fizemos um acordo com Fernando Pimentel (coordenador da campanha petista de Dilma Rousseff à presidência) para termos dois palanques para Dilma em São Paulo”, afirma. A consolidação da candidatura de Skaf depende, no entanto, da formação de alianças no Estado.

 

Segundo o iG apurou, a estratégia é sufocar a campanha de Skaf pelo tempo na televisão. Para evitar que Skaf consolide uma coligação com o PP, o que lhe daria cerca de quatro minutos de propaganda, o PT está incentivando a candidatura do deputado Celso Russomano ao governo de São Paulo em aliança com o PTB, segundo um dirigente do PT. Com 9% das intenções de voto, segundo o Datafolha, Russomano foi escolhido pré-candidato pelo PP em novembro do ano passado com o aval de Paulo Maluf, principal líder do partido. Já Paulo Skaf tem 2% das intenções de voto, segundo o Datafolha.

Outra opção de Skaf que o PT está tratando de eliminar é a aliança com o PCdoB. O PSB esperava que a retirada da candidatura de Ciro permitisse um acordo com os comunistas em São Paulo, mas isso não aconteceu. Inicialmente, o apoio do PCdoB seria dado a Mercadante em troca da candidatura do vereador e apresentador Netinho de Paula ao Senado. Como a pré-candidata ao Senado pelo PT, Marta Suplicy, não admite concorrer com Netinho na mesma chapa – por temer perder votos na periferia da capital paulista -, a saída seria um entendimento nacional, com uma vaga ao Senado para o PCdoB no Acre. Com isso, Netinho sairia para deputado federal.

A outra vaga ao Senado na chapa petista, portanto, estaria liberada para o vereador Gabriel Chalita, do PSB. O ex-secretário de Educação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) pode conquistar votos do eleitorado tucano e da classe média tanto para Mercadante como para Marta. Chalita se desfiliou do PSDB há seis meses por discordar das mudanças na política de educação executadas pelo então governador José Serra. Foi o vereador mais votado em São Paulo e tem forte identificação com os católicos – na quarta-feira, ele lançou o segundo livro com o padre Fábio de Melo.

Com Marta e Chalita, lideranças petistas acreditam ser possível conquistar as duas vagas na disputa pelo Senado, contra Orestes Quércia (PMDB), já garantido na disputa, e Aloysio Nunes Ferreira ou José Aníbal, tucanos que disputam internamente a indicação para a segunda vaga.


Skaf em Brasília

Skaf, que esteve em Brasília na quarta-feira, disse ao iG que não se sente sufocado pelo PT em São Paulo e que a possibilidade de ocupar a vice na chapa de Mercadante é a mesma do “Mercadante ser o meu vice”. “Não existe sufocamento nenhum. Essa historia só vai se definir ate mês de junho e aí sim vai se conhecer quem está com quem. Qualquer coisa antes é precipitação. Quanto a possibilidade do PSB apoiar o PT é a mesma do PT apoiar o PSB. As duas coisas têm a mesma intensidade”, disse.

Sobre a candidatura de Russomano, Skaf afirmou que “isso é democrático, podem incentivar o que quiserem”. “Eu não estou preocupado com os outros, eu sou pré-candidato, estamos preocupados com nossa candidatura, não com os outros. O PSB me convidou, eu aceitei e sou pré-candidato. Quem somos nós para impedir a candidatura de alguém?”

 

 

Fonte: IG

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