Após ser alvo de racismo por diretora, professora vai palestrar em colégios sobre antirracismo

Após a professora Taynara Silva ter sido alvo de racismo por parte da diretora de uma escola particular em Maceió, a história da jovem, de 25 anos, ganhou um novo capítulo: ela recebeu propostas de emprego e vai palestrar em colégios sobre a importância de ser antirracista.

Por Raíssa França, do Cada Minuto 

Taynara Silva, professora (Foto: Dayane Silva)

Taynara disse ao blog que a luta dela contra o racismo sempre existiu, mas que com o caso que ocorreu na última semana, a intenção agora é de se “erguer levando mulheres pretas com ela”.

Com os convites que vieram para a professora depois que o caso ganhou repercussão, Taynara não tem dúvida de que as palestras vão levar uma proposta pedagógica para a sala de aula.

Segundo ela, não adianta falar sobre o racismo. “Não adianta se limitar falar sobre o racismo para as pessoas. ‘Olha não seja racista, racismo é crime’, se você fala esse tipo de coisa, a pessoa entende que é errado e pensa que não é racista. Mas e quando alguém pergunta se isso incomoda a pessoa? Isso é ser antirracista”, disse.

Taynara explicou que o objetivo de educar vai além de falar e que é preciso que as pessoas se incomodem. “Quando você chega a um restaurante e percebe que há mais pessoas negras do que brancas, e que pessoas negras não conseguem vagas de emprego só por serem negras, essa é a perspectiva pedagógica, sabe?”.

Ela disse que a proposta é “instigar nas pessoas a problemática de ser antirracista”. “O que te incomoda no racismo? Eu acredito nisso, em questionar isso. Nós precisamos fazer barulho educativo e incomodar com educação”, finalizou.

Leia também:

Professora denuncia ato racista de diretora de colégio particular de Maceió

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...