Após suspeita de ebola descartada, paciente teme voltar a Cascavel

Médicos descartaram também qualquer tipo de doença infecciosa; homem já recebeu alta

O africano Souleymane Bah, de 47 anos, primeiro paciente internado no Brasil com suspeita de estar com ebola, teme voltar para Cascavel, no Paraná, devido às manifestações racistas e xenófobas publicadas em redes sociais. O paciente já recebeu alta médica e deve deixar o instituto assim que for resolvida a questão do transporte do Rio ao Paraná.

O  infectologista José Cerbino, da Fiocruz, que tratou o paciente desde sua internação no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, disse que ele, Bah, “ficou sabendo que foi identificado pela imprensa e tem receio de sofrer discriminação quando retornar”.

Na manhã desta terça-feira (14), o guineano fez novos exames de sangue e passou por tomografia para tentar identificar a causa de sua febre inicial. Nesta terça-feira, durante coletiva de imprensa, os infectologistas Marília Santini e José Cerbino, responsáveis pelos cuidados com o africano, afirmaram que novos exames descartaram qualquer tipo de doença infecciosa, como dengue, malária e HIV. Porém, a pedido do paciente, os médicos não divulgarão informações sobre a doença, que está sendo investigada.

Souleymane soube que a contraprova confirmou o exame negativo para a doença às 16h30 de segunda-feira (13), quando os médicos entraram no seu quarto já sem as roupas de proteção. Ele já está em um quarto comum e caminha pelo hospital normalmente.

De acordo com os especialistas, o africano não quer ser filmado nem fotografado, e pediu discrição aos médicos. A equipe que tratou Bah avaliou que os procedimentos de segurança foram corretos e correram conforme o planejado, sem risco de uma possível contaminação caso ele estivesse com ebola. Os profissionais continuarão em treinamento.

O vice-presidente da Fiocruz, Valcler Rangel, ressaltou que em nenhum momento houve risco para funcionários e frequentadores do campus de Manguinhos. Desde a semana passada estão sendo realizados eventos na Fiocruz e no Museu da Vida, que fica dentro do campus. Pais e mães procuraram a instituição preocupados com o suposto caso da doença.

— Mesmo se houvesse caso de ebola, não haveria nenhum risco de contaminação.

Souleymane Bah foi transferido, de avião, na sexta-feira (10), de Cascavel, no Paraná, onde foi atendido na Unidade de Pronto-Atendimento Brasília, para o Rio, e foi levado com esquema de isolamento para o instituto. Ele chegou em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), na Base Aérea do Galeão, na zona norte do Rio.

 

Foto: RODRIGO RODRIGUES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Fonte: R7 

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