BA: Homicídio de jovens negros aumenta mais de 300% em oito anos

Na última quinta-feira (29/11), o Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) divulgou o Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil, que revelou que a Bahia está em 1º lugar no número de homicídios da população negra jovem. Entre os anos de 2002 e 2010, os homicídios cresceram 318%. No total, foram 3.160 mortes de jovens negros no estado em 2010 e 203 de jovens brancos.
A Paraíba e o Pará ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente, no ranking. A Bahia também é o estado que mais concentra municípios com mais de 50 mil habitantes que possuem taxas elevadas de homicídios de negros em 2010. Simões Filho conta com a segunda maior taxa (177,8) e Porto Seguro com a quinta mais elevada (153,7).

Apesar de ter o maior número de homicídios de negros, com 1.659 mortos em 2010, Salvador fica após a 40ª posição neste ranking, com taxa de 78,3. Já a cidade de Barreiras não registrou homicídios de negros no ano de 2010. A Bahia também está em 7º lugar entre os oito estados que ultrapassam a preocupante marca dos 100 homicídios por cada 100 mil jovens negros.

Para o dirigente da Unegro (União de Negros pela Igualdade), Jerônimo Silva, o estudo demonstra que, mesmo com os avanços das políticas de promoção da igualdade no Brasil, ainda há muito que se fazer, principalmente porque essas políticas estão concentradas para atender comunidade quilombolas, em cidades com menos de 50 mil habitantes e em comunidades rurais.

 

Matéria relacionada: 

A Cor dos Homicídios no Brasil: Taxa de homicídios de negros cresce 5,6% em oito anos, enquanto a de brancos cai 24,8%

“As políticas não atingem os conflitos nos centros urbanos. É necessário implementar uma política de promoção da igualdade racial no mercado de trabalho, nos grandes centros urbanos. O estudo demonstra que a violência tem outros fatores agregados ao racismo, que é a exclusão social de parcela da sociedade de maioria negra. Aí, eles ficam vulneráveis a violência policial e de conflito nas suas comunidades, tanto pela falta de trabalho como pela luta contra o tráfico de droga”, finaliza.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro

Fonte: Correio do Brasil

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