“Boca de Cachorro Louco” relato de uma mulher que conviveu com a dor travestida de amor

Escritora cearense lança livro sobre relacionamento abusivo  

Um relato vívido de uma mulher que conviveu com a dor travestida de amor 

por Kah Dantas enviado para o Portal Geledés

capa

No livro “Boca de Cachorro Louco”, a escritora cearense Kah Dantas apresenta um relato de uma história dolorida que, ao ser narrada no momento em que acontece, poderia ser confundida com uma história de amor intenso se não fosse, na verdade, um relacionamento abusivo.

Segundo a autora, a história implorava para ser contada, pois, antes de tê-la vivido, Kah Dantas explica que não entendia como algumas as mulheres permaneciam presas a relacionamentos destrutivos. E, de certa forma, ela própria se achava imune a isso, pois nunca se vira emocionalmente dependente de outra pessoa e, muito menos, de um dia ser cúmplice do próprio abusador.

PARTE I 

– pérolas apressadas do [des]amor – 

“Puta. Vagabunda. Mentirosa. Tu quer dar pra ele, é? Tu já deu pra ele? Fala a verdade! Eu não quero conversa com puta não! Minha primeira namorada era virgem, sabia? Tem vergonha não?” 

Num país em que, segundo as estatísticas, a cada 7 minutos há uma nova denúncia de crimes contra mulheres, com boa parte deles sendo cometida por parceiros ou ex-parceiros, torna-se fácil entender a importância de se abordar o tema.

Na obra, a narrativa se desenrola em primeira pessoa. O ritmo da leitura é ditado pelo formato da pontuação, que é baseada na maneira de falar da autora, constituindo um estilo bem definido. Os capítulos têm uma independência entre si, conectados através de uma narração não linear. Através das palavras, são desenhados quadros de seu dia-a-dia com seu agressor. Trata-se de uma história forte, intensa e que ainda apresenta passagens repletas de emoções e sentimentos descobertos através das construções realizadas pela autora.

O leitor poderá confrontar-se com medos e com a dor, ou identificar-se com o sentimento expresso. Empatia ou repulsa. É um livro capaz de nos deixar pensando por horas a fio, mas que, ao final, concede-nos um alívio que poderia não ter sido possível caso o desfecho fosse outro.

Data do lançamento: 02/12/2016 

Local: Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) – Mondubim 

Horário: 19h 

Convidados especiais: Vânia Mendes (Coach de relacionamentos) e Dolores Aronovich (Professora doutora da UFCE e dona do blog Escreva Lola Escreva- A confirmar) e Chris Louvrier (Voz e violão). 

Preço do livro: E-book R$ 10,21 (Amazon.com.br) | Livro artesanal R$15,00 (através do e-mail [email protected] ou da página Conta, Kah! No Facebook) 

leia também:

Ele nunca me bateu (Um relato de um relacionamento abusivo)

O que fazer para ajudar quem está num relacionamento abusivo

Como reconhecer a armadilha do relacionamento abusivo


screen-shot-2016-11-16-at-6-39-14-pmKah Dantas tem 25 anos, é cearense e pensa que gosta de escrever desde sempre. Tem alguns contos publicados e premiados em concursos literários, apresenta seus textos no canal Conta, Kah!, no YouTube, e este é seu primeiro projeto com mais de vinte páginas.

+ sobre o tema

Eles não estão doentes, e nós não estamos loucas

Ontem, uma menina foi estuprada por 30 homens no...

Bolsonaro vira réu por falar que Maria do Rosário não merece ser estuprada

Deputado disse que ela é 'feia'; ele responderá por...

Nota de repúdio: Basta de violencia contra a mulher

Nós do Centro de Defesa e Convivência da Mulher...

Tribunal de Justiça de SP lança programa para homens envolvidos em violência doméstica

Reflexivo e educativo, grupo pretende fazer com que homens...

para lembrar

Na época do Brasil colonial, lei permitia que marido assassinasse a própria mulher

Jorge Amado abre o clássico Gabriela, Cravo e Canela...

Congresso cria órgão para combater violência contra as mulheres

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), protocolou nesta...

Cesárea forçada no Rio Grande do Sul gera discussão sobre direito das mulheres

Grupos denunciaram caso na Comissão de Direitos Humanos e...
spot_imgspot_img

Coisa de mulherzinha

Uma sensação crescente de indignação sobre o significado de ser mulher num país como o nosso tomou conta de mim ao longo de março. No chamado "mês...

A Justiça tem nome de mulher?

Dez anos. Uma década. Esse foi o tempo que Ana Paula Oliveira esperou para testemunhar o julgamento sobre o assassinato de seu filho, o jovem Johnatha...

Dois terços das mulheres assassinadas com armas de fogo são negras

São negras 68,3% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil, segundo a pesquisa O Papel da Arma de Fogo na Violência Contra...
-+=