Brasil reduz pobreza extrema e protagoniza aliança contra a fome

Enviado por / FonteCorreio Braziliense

O Brasil está provando que é possível caminhar na contramão de um cenário global desolador apontado pelo Banco Mundial. Não podemos aceitar que, em pleno século 21, milhões ainda lutem pela sobrevivência diária

A pobreza extrema é uma questão que nos desafia enquanto sociedade global. Semana passada, o Banco Mundial divulgou um dado alarmante: 8,5% da população mundial ainda vive nessa situação. Isso equivale a aproximadamente 692 milhões de pessoas, um número que permanece praticamente estagnado nos últimos cinco anos. Extrema pobreza e fome são irmãs siamesas, os dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mostram que, no mesmo período, 735 milhões de pessoas estão passando fome no mundo. Diversos choques globais, guerras, crise climática e modelos de crescimento excludentes impedem que os mais pobres vejam melhorias reais em sua renda.

Esse cenário global acende uma luz de alerta em todos nós. Mas, apesar desse quadro preocupante, há sinais de esperança. O Brasil tem mostrado que é possível reverter esse cenário. Nos últimos dois anos, o nosso país reduziu a taxa de extrema pobreza em 40%, de acordo com dados do relatório de 2024 do Observatório Brasileiro das Desigualdades. Isso só foi possível graças a uma combinação de políticas públicas: o aumento real do rendimento médio dos trabalhadores, a queda no desemprego e, principalmente, a retomada e o fortalecimento de programas sociais que comprovadamente funcionam, como o Bolsa Família, de distribuição de renda, e o Acredita no Primeiro Passo, que investe em empreendedores do Cadastro Único.

Esses programas, coordenados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), são a prova de que um governo comprometido com políticas públicas para promoção da justiça social e redução das desigualdades tem efeitos concretos, e não só retóricos, na vida do cidadão e da cidadã brasileira. 

Mais do que números, são vidas que estão sendo transformadas. Os dados apontam que as maiores reduções ocorreram no Norte e Nordeste, regiões historicamente marcadas pela desigualdade. Além disso, houve uma queda significativa da extrema pobreza entre mulheres negras — de 45,2% —, outro sinal claro de que estamos no caminho certo.

Esse é o Brasil que queremos: um país que não só se preocupa com seus mais vulneráveis, mas que age efetivamente para melhorar suas condições de vida. Foram 24,4 milhões de pessoas que saíram da situação de fome em 2023, resultado de políticas que foram retomadas e aprimoradas, como o Plano Brasil Sem Fome.

Um plano que não só combate a fome, mas também fortalece a economia, gera emprego, renda e valoriza o salário-mínimo. Agora, além do foco no emprego no qual o público do Bolsa Família e do Cadastro Único já alcança 77% das vagas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), lançamos o Programa Acredita no Primeiro Passo, que vai alavancar o crédito para quem quer empreender e sair da pobreza.

Não podemos nos acomodar. É preciso fortalecer as políticas públicas que deram certo. O Brasil está provando que é possível caminhar na contramão de um cenário global desolador apontado pelo Banco Mundial. Não podemos aceitar que, em pleno século 21, milhões ainda lutem pela sobrevivência diária. Devemos questionar as estruturas que mantêm essa realidade e nos empenhar em encontrar soluções que promovam o desenvolvimento inclusivo. 

Nesse sentido, o Brasil também se destaca ao encabeçar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa, coordenada pelo MDS, será lançada na Cúpula do G20 em novembro e tem como objetivo, até 2030, apoiar a erradicação da fome e da pobreza, reduzir desigualdades e promover parcerias globais para o desenvolvimento sustentável. A aliança oferecerá apoio técnico, político e financeiro aos países que adotarem suas propostas. 

A partir dessa iniciativa, levaremos a boa experiência brasileira aos demais países, para que o Brasil continue sendo um exemplo de que o combate à fome e à pobreza extrema não é uma utopia, mas uma realidade possível. Esse é o compromisso do presidente Lula, do governo federal, do nosso ministério e meu. 

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