Os problemas atuais no Brasil e nos Estados Unidos formam um contexto econômico mais preocupante do que era há alguns meses. No Brasil, o Boletim Focus indica que os analistas projetam uma inflação de 4,50% para o final de 2024, alcançando o teto da meta. O pessimismo no mercado financeiro é impulsionado pela valorização do dólar e pelo aumento nos preços dos alimentos, que não devem recuar até o fim do ano devido à seca.
O contexto internacional também se tornou mais delicado. Nos Estados Unidos, ambos os candidatos à presidência apresentam propostas com potencial inflacionário. Porém, a possibilidade de vitória de Donald Trump é pior porque seu programa econômico, se for implementado, é um choque inflacionário.
Economicamente, seu retorno ao poder pode aumentar a inflação, já que defende a elevação de tarifas sobre importações, o que encarece produtos no mercado americano. Além disso, sua proposta de ampliar benefícios para setores específicos implicaria novas barreiras ao livre comércio.
Para o Brasil, a inflação nos Estados Unidos representa um risco significativo, pois pode desacelerar o ritmo de cortes nas taxas de juros americanas.
A combinação de uma vitória de Trump, numa eleição que está praticamente empatada, e as pressões internas do Brasil provocada pela alta do dólar e aumento de preços de alimentos, piora o cenário econômico. Essa combinação de problemas, tanto aqui quanto lá fora, é o que mais preocupa no momento.