“Calaram Marcos Vinícius, mas não vão me calar”

Bruna da Silva, mãe de estudante morto em junho durante operação policial no Rio, fala do luto e de sua decisão de exigir responsabilidade do Estado pela tragédia

Por FELIPE BETIM, do El Pais 

Bruna da Silva, na laje de sua casa, no Rio. FERNANDO SOUZA/El Pais

Bruna da Silva corre. Pendurada em seus ombros está uma mochila laranja com cadernos e o uniforme de escola manchado de sangue de seu filho Marcos Vinícius, o adolescente de 14 anos assassinado durante uma operação policial no Complexo da Maré em 20 de junho. Atrás dela, dois policiais militares a perseguem com as mãos nas pistolas presas em suas cinturas. Uma viatura segue o movimento.

— Por que você correu? Eu por acaso saí da viatura dando tiro? — disse, agressivo, um dos policiais enquanto abria a mochila para revistá-la.

— Desculpa, senhor, meu filho foi morto no mês passado por policiais e eu me assustei.

— Aqui morrem policiais e bandidos sempre. Eu por acaso matei o seu filho? — replicou, ríspido, o agente.

 

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