Assim como Martin Luther King, a cantora mineira, Lu Daiola, tem um sonho:
“acabar com o genocídio de jovens negros por meio da arte, da música e da educação”. Mas para que isso aconteça, o primeiro passo é sensibilizar as pessoas por meio de campanha nas redes sociais.
Não por acaso Lu Daiola lançou no último domingo (04) o videoclipe
“Deixa o Erê Viver”. A cantora se juntou a outros nomes da música que vêm do samba, do soul, do reggae e do rap.
“A música denuncia a violência racial sofrida pela juventude negra e aponta ainda para um caminho de esperança”, comenta Lu Daiola.
O lançamento da campanha se deu com uma celebração no Centro Cultural Nem Secos(BH) que apoia a causa e vai ao longo do próximo ano receber uma série de eventos destinados a ajudar a financiar as ações do movimento.
A canção, que a cantora classifica como um “protesto artístico”, é só uma parte da campanha de sensibilização que conta com a participação da população. “Primeiro, convidamos as pessoas a curtirem a página do projeto no Facebook “Nós Temos Um Sonho”. O engajamento segue com a inscrição no canal do YouTube.
Dê um joinha e compartilhe o vídeo. Por fim, chamamos as pessoas a fazer uma foto segurando um cartaz com as hashtags #nostemosumsonho ou #deixaoereviver” e envie para a nossa página” explica Lu.
Início do sonho Lu Daiola conta que a ideia veio a partir da notícia de chacina de cinco jovens no subúrbio do Rio de Janeiro, em 2015. “Vi um relato da cantora da rapper Tamara Franklin nas redes sociais, um desabafo, e me incomodou.
Por isso quis fazer algo para falar sobre isso. Assim surgiu o clipe, baseado nessa ideia de como os tributos musicais alavancam a visibilidade sobre essas questões”.
Com direção musical e composição de Sérgio Pererê em parceria com Tamara Franklin e Douglas Din, a canção é uma forma de protesto.
Na letra, reivindicações de direitos, mensagens de paz, amor e tolerância num tempo de institucionalização do racismo. “A canção denuncia os crimes sedimentados e naturalizados num cotidiano de perseguição silenciosa, cravado por balas, que impedem nossos filhos de voltarem para casa. Queremos fortalecer um grito de amor. Esta iniciativa é uma resposta dos artistas ao genocídio de jovens negros e ao racismo institucionalizado”, explica Lu Daiola.
A cantora se uniu a outros nomes para fortalecer a campanha. Entre eles estão Celso Moretti, Dokttor Bhu e Shabê, Josi Lopes, Michelle Oliveira (Cromossmo Africano), Roger Deff (Julgamento), Izaque Bohr, Mandruvá, Denominado Chu, Bárbara Hannelore, Lana Black, Marcela Rodrigues (Berimbrown), Polly Honorato, Eda Costa, Guilherme Ventura, Maurício Tizumba e o cantor e compositor Vander Lee, artista falecido em agosto de 2016.
Genocídio
Segundo levantamento do Mapa da Violência no Brasil em 2014, elaborado pelas Secretarias Nacional de Juventude e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, cerca de 56 mil pessoas foram assassinadas em 2012, sendo 30 mil jovens entre 15 e 29 anos.
Entre os jovens mortos, 77% eram negros, moradores das periferias de áreas metropolitanas. Levantamento da Anistia Internacional também confirma essa estatística preocupante. Ele mostra que mais de 23 mil jovens negros são assassinados por ano no Brasil.
Diante do quadro que revela uma triste estatística, o projeto “Nós temos um sonho” tem o objetivo de promover, além do clipe e campanha nas redes sociais, outras ações de cunho social e de formação cultural.
“Queremos usar a arte como arma de transformação social, uma vez que ela tem o poder de tocar e sensibilizar os corações humanos. A união de todos é muito importante. Por isso, contamos com a presença de artistas, políticos e pessoas engajadas nesta luta para fortalecer a nossa mensagem de paz e amor”, conclui Lu Daiola.
Por Douglas Caputo
Publicado originalmente em: www.tremdeler.com.br
Informações
Facebook.com/nostemosumsonho
Contatos: Sandrinha: 31 9 9315 2496 – Lu Daiola:31 9 9247 2284
E-Mail: [email protected]
Clip/ YouTube:https://goo.gl/38q35g
Fotos Maxwel lVilela: https://goo.gl/ouOTI7