Cátedra Otavio Frias Filho escolhe Muniz Sodré como titular

Parceria da USP com a Folha indica o professor emérito da UFRJ como responsável por série de palestras e livro

FONTEFolha de São Paulo
O professor e sociólogo Muniz Sodré, autor do livro "A Sociedade Incivil" (Foto: Lucas Seixas/Folhapress)

O professor Muniz Sodré, um dos pesquisadores mais influentes do país na área de comunicação, foi escolhido para organizar o primeiro ciclo de atividades da Cátedra Otavio Frias Filho, criada neste ano pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e pela Folha.

Professor emérito da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele será responsável pela organização de palestras mensais e um livro com artigos de pesquisadores sobre os temas da cátedra, cujo objetivo é desenvolver estudos sobre comunicação, democracia e diversidade.

A escolha foi anunciada pelo comitê de governança da cátedra, composto por representantes da USP e da Folha. O comitê também aprovou um plano de trabalho que consolida os objetivos da iniciativa e define as atividades que deverão ser desenvolvidas pelos pesquisadores ao longo dos próximos anos.

“A presença do professor Muniz Sodré prenuncia um ano rico em reflexões e fecundo em proposições para ajudar a sociedade brasileira a lidar com dois temas críticos e urgentes, a preservação da democracia plena e a valorização da diversidade em todas as suas dimensões”, afirmou o diretor do IEA, Guilherme Ary Plonski, que preside o comitê.

A responsabilidade do jornalismo hoje é maior do que foi no passadoMuniz Sodré

professor responsável pelo primeiro ciclo da cátedra Otavio Frias Filho

Sodré, 79, formou-se em direito na Universidade Federal da Bahia, é mestre em sociologia da informação pela Universidade de Paris, na França, e doutor em letras pela UFRJ. Seu livro mais recente, “A Sociedade Incivil” (Vozes), trata do impacto das novas tecnologias na mídia e em outras áreas.

O professor trabalhou no Jornal do Brasil e na antiga revista Manchete no início da carreira profissional, mas deixou o jornalismo para se dedicar à academia. Ele presidiu a Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura, de 2005 a 2011, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A responsabilidade do jornalismo hoje é maior do que foi no passado”, disse Sodré. “Não se trata mais apenas da responsabilidade de comunicar a verdade dos fatos, mas da responsabilidade ética de ajustar a verdade consensual da República, essencial para que o diálogo ocorra na sociedade.”

A cátedra foi lançada em fevereiro deste ano, quando a Folha completou 100 anos de existência. A iniciativa homenageia o jornalista Otavio Frias Filho (1957-2018), que liderou o ambicioso projeto de modernização deflagrado pelo jornal em 1984 e dirigiu a Redação até sua morte há três anos.

“A cátedra reconecta Otavio Frias Filho ao ambiente acadêmico pelo viés da diversidade, uma bandeira muito atual e muito presente na Folha”, afirmou Sérgio Dávila, diretor de Redação e um dos representantes do jornal no comitê de governança da cátedra, ao lado do publisher Luiz Frias.

O comitê de governança anunciou também a criação do Prêmio Otavio Frias Filho de Jornalismo, que será concedido anualmente a quatro categorias, para reconhecer contribuições de profissionais da área de comunicação, pesquisadores e alunos de pós-graduação e graduação.

O plano de trabalho prevê ainda o lançamento de um edital anual para seleção de pesquisadores interessados em participar do ciclo de palestras, desenvolver estudos relacionados a temas definidos pela cátedra e escrever artigos para os livros que ela organizará.

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