A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) realizou na noite desta sexta-feira (1º) uma sessão solene para homenagear 55 entidades do movimento negro que promovem a igualdade racial, o combate ao racismo e a inclusão social no estado. A iniciativa partiu da Bancada Feminista, mandato do Psol na Casa formado pelas codeputadas Paula Nunes, Carol Iara, Simone Nascimento, Mariana Souza e Sirlene Maciel .
“Esse mês de novembro para a gente não é um mês de novembro qualquer, porque é o primeiro em que o dia da Consciência Negra é feriado nacional. Foi uma luta do movimento negro e a gente achou muito importante celebrar. Como o mandato de 5 mulheres negras, é uma grande alegria poder homenagear essas pessoas”, afirmou Paula Nunes, codeputada da Bancada Feminista.
Ela ressalta, no entanto, que o momento é de organização. “Hoje é um dia de celebração, mas também de abertura do novembro negro num ano difícil, em que a gente sabe que a extrema direita vem avançado, que os nossos direitos têm sido retirados também nesta casa legislativa”, disse.
No discurso de abertura do ato, a codeputada ressaltou o protagonismo negro no processo político do estado e do país. “Seremos a linha de frete de processo de resistência contra o fascismo”, declarou.
Raissa Albano e Pedro Alves, do coletivo Cartografias Negras, se alinharam com a deputada. “É muito importante, principalmente nesse momento de uma derrota política, de uma consolidação da vitória da direita, a gente estar junto, conversando, entendendo que ainda estamos correndo. A batalha não para” acredita Alves.
“E é muito legal também ver várias gerações unidas aqui por propósitos diferentes, mas que fazem muito sentido, ao mesmo tempo que se complementam”, disse Albano. O Cartografias Negras pesquisa as histórias dos povos negros no centro da cidade de São Paulo.
Para Suelma Inês Alves de Deus, representante da Soweto Organização Negra, estar na Alesp em um momento de celebração mostra a força do movimento. “São 55 organizações do movimento negro deste espaço, um lugar que tem marcos que nem sempre são favoráveis à população negra. Então é um marco que representa a nossa força, nossa resiliência, a nossa luta. São 55 organizações que representam isso: nós por nós.” A Soweto trabalha principalmente na área da educação antirracista.