Cerca de 3 mil entidades repudiam Bolsonaro por falar sobre fim do ativismo no Brasil

Por meio de nota, organizações não-governamentais, coletivos e movimentos sociais nacionais e internacionais repudiaram a afirmação do candidato Jair Bolsonaro de que, se eleito, vai “botar um ponto final em todos os ativismos no Brasil”

por Conectas

Conectas

Cerca de 3 mil organizações não-governamentais, coletivos e movimentos sociais nacionais e internacionais repudiaram a afirmação do candidato Jair Bolsonaro de que, se eleito, vai “botar um ponto final em todos os ativismos no Brasil”. O pronunciamento foi feito pelo presidenciável no domingo (7/10) depois da divulgação dos resultados do primeiro turno.

Por meio de uma carta publicada nesta segunda-feira (15), as entidades afirmam que a fala de Bolsonaro afronta a Constituição Federal, que garante os direitos de associação e assembleia. “Trata-se de uma ameaça inaceitável à nossa liberdade de atuação. Não será apenas a vida de milhões de cidadãos e cidadãs ativistas e o trabalho de 820 mil organizações que serão afetados. Será a própria democracia brasileira. E não há democracia sem defesa de direitos.”

O grupo também destaca a importância de “uma sociedade civil vibrante, atuante e livre para denunciar abusos, celebrar conquistas e avançar em direitos”, assim como para a conquista de direitos e de melhores condições de vida para a população, e pede “que o desprezo pelos movimentos sociais e pela sociedade civil seja considerado por todas e todos na hora de decidir seu voto”.

Clique aqui para ler a íntegra da nota.

“Organizações e movimentos são atores estratégicos na contribuição para a formulação de políticas públicas, na elaboração de leis importantes para o país”, afirma o documento ao citar leis conquistadas por meio de pressão de organizações ativistas, como as que criminalizam o racismo e a violência contra a mulher. E conclui: “calar a sociedade civil, como anuncia Jair Bolsonaro, é prática recorrente em regimes autoritários. Não podemos aceitar que passe a ser no Brasil.”

De acordo com dados do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) mencionados na carta, em 2017 haviam 820 mil ONGs no Brasil. A lista de organizações, coletivos e movimentos que aderiram à manifestação inclui entidades de diversos segmentos como defesa do meio ambiente, direitos humanos e educação.

+ sobre o tema

Resposta à pandemia deve considerar condições de saúde da população negra, diz sanitarista

Karine Santana é docente de Saúde Coletiva, doutoranda em...

Sociedade civil apresenta propostas para agenda de Comissão de Direitos Humanos

Plataforma de Direitos Humanos e organizações filiadas apresentaram temas prioritários Enviado...

Especialistas em comunicação advertem sobre perigo do ‘humor fácil’ na TV

  Brasília - Especialistas em comunicação advertem que...

Polícia investigará homens que transmitem HIV de propósito

Envolvidos ficaram conhecidos na web como ‘clube do carimbo’,...

para lembrar

Oito crianças indígenas morrem por diarreia no Acre

Índios da etnia Kaxinawá. Foto: pib.socioambiental.org O Ministério...

Mulheres e negros ocupam só 1 a cada 10 vagas de CEOs no Brasil, mostra pesquisa

O alto comando das empresas brasileiras ainda tem baixa...

Conheça os vencedores do Prêmio Abdias Nascimento

Em cerimônia no Teatro Oi Casa Grande, foram conhecidos na...

PodG20 Social desta segunda (21) aborda gênero, economia e empoderamento feminino

Três importantes lideranças da luta das mulheres vão enriquecer...
spot_imgspot_img

Centro brasileiro de Justiça Climática lança programa de fellowship exclusivo para jornalistas negros e negras 

O Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), organização nacional de destaque na luta por justiça climática e racial, acaba de lançar o Programa de...

Geledés cobra na CSW69 reformas institucionais concretas de distribuição de recursos

Em discurso irrefutável, durante a 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW69), Carolina Almeida, assessora internacional de Geledés – Instituto da...

Em paralelo à CSW, organizações promovem debate sobre como avançar nas políticas de raça e gênero no mundo

Em paralelo à 69ª Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW69), Geledés-Instituto da Mulher Negra e a ONG Akina Mama wa Afrika (AMwA) promoveram...
-+=