Cerveja Sueli: Goose Island Sisterhood promove Consciência Negra

Debate é acompanhado do lançamento da última cerveja do ano, a Sueli

Do  Portal da CERVEJA

CONFRARIA DE MULHERES HOMENAGEIA SUELI CARNEIRO, FILÓSOFA, ESCRITORA E ATIVISTA ANTIRRACISMO DO MOVIMENTO SOCIAL NEGRO BRASILEIRO (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Uma “African IPA”, o novo estilo da Goose Island Sisterhood, confraria feminina da Goose Island que homenageia mulheres inspiradoras, será “Sueli”. A edição vai homenagear Sueli Carneiro, filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro. Escolhida justamente por conta de sua história na luta pela igualdade racial, ela é fundadora e atual coordenadora executiva do Geledés – Instituto da Mulher Negra.

A cerveja estará disponível na Goose Island Brewhouse, a partir de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra no Brasil. Além disso, no mesmo dia ocorre o “Desse lado da cor”, no House of All, em Pinheiros. O evento servirá a Sueli com exclusividade propondo um brinde à reflexão.

Já reconhecida por discutir o papel da mulher na sociedade, a Confraria de Goose Island Sisterhood apresenta sua última cerveja deste ano promovendo um debate além do empoderamento feminino. Afinal, o assunto dessa vez ainda engloba a desigualdade entre etnias.

Beatriz Ruiz, gerente de marketing da Goose Island e idealizadora do projeto Sisterhood, destaca:

“Todas as cervejas da Confraria Sisterhood contam com a participação de diversas mulheres, já amantes e conhecedoras de cerveja ou até mesmo aquelas que querem saber um pouco mais sobre a confraria. Aproveitamos esses momentos não apenas para mostrar a produção, mas para discutir o papel da mulher na sociedade e valorizar ainda mais a homenageada. Em um mês marcado pelo Dia da Consciência Negra, buscamos uma pessoa que representasse bem o poder feminino e a cultura negra. Não desejamos apenas criar novas cervejas, queremos debater assuntos da sociedade.”

A escolha de Sueli Carneiro surgiu após uma conversa entre Beatriz e outras participantes da Confraria: Simone Gomes, Thami Dias e Stephanie Ribeiro. Integrantes do projeto desde o início e representantes do movimento negro, as três buscaram diversos nomes representativos no meio e logo chegaram na homenageada.

“Sueli Carneio é uma mulher que precisa ser lembrada pela sua atuação na discussão sobre gênero e raça no Brasil. Falamos muito sobre feminismo hoje em dia em espaços que não conseguiríamos ter legitimidade. Não foi à toa que isso aconteceu. Isso é fruto do trabalho de inúmeras mulheres, inclusive da Sueli. Somos mulheres negras e, na nossa sociedade, as coisas não são fáceis e não são dadas para a gente”, destacou Stephanie.

“Precisamos falar cada vez mais sobre esse assunto. É um ponto discrepante atualmente, sempre foi. Estamos tentando fazer que as pessoas saibam dessa desigualdade. A desigualdade social no Brasil, e no mundo, é um fato”, completou Thami.

O estilo escolhido para a Sueli é o African IPA, uma India Pale Ale com a utilização de lúpulos africanos (african queen e southern passion no dry hopping). De coloração cobre clara, aromas frutados e cítricos e o amargor bem presente, ela conta com 5,5% de teor alcoólico e 55 IBU. Vendida apenas em chope, ela custará: 200ml (R$ 11,50), 450ml (R$ 20) e 570ml (R$ 24). O lançamento está marcado para 25 de novembro, no Brewhhouse de Goose Island, a partir das 16h. Apesar disso, algumas pessoas já poderão prová-la a partir do dia 20, no evento Desse Lado da C*r, no House of All, às 14h.

“Fiquei muito contente com essa homenagem. Não estamos aqui apenas para falar sobre o lançamento de uma nova cerveja, mas para trazer essa discussão e reflexão para a realidade das pessoas. Uma mesa de bar também pode ser um ótimo lugar para debater diversos temas e novas ideias com seriedade”, afirmou Sueli.

Por indicação da homenageada, o lucro da venda da cerveja será doado para a Geledés – Instituto da Mulher Negra. Fundada em 1988, é uma organização política brasileira de mulheres negras contra o racismo e sexismo, tendo como principal objetivo erradicar a discriminação na sociedade que afeta indivíduos com essas características, sem desencorajar a luta contra todas as restantes formas de discriminação. Seu nome deriva do conceito de gelede, sociedades secretas femininas na cultura iorubá. É uma das maiores ONGs de feminismo negro do Brasil com várias campanhas e ações significativas contra o racismo.

Divulgação

Até o momento, sete cervejas já foram criadas pela confraria: Carolina, Enedina, Nísia, Luz, Helô, Kitty e Giu. Sueli é a oitava.

+ sobre o tema

‘Ainda faltam papéis para a mulher negra’ , diz Ruth de Souza

Filmes da atriz estão em cartaz em mostra no...

Assim falou Luiza Bairros

Nascida em 1953, a gaúcha de Porto Alegre Luiza...

Mortes de mulheres negras aumentam 54% em dez anos

A violência contra as mulheres brancas diminuiu, mas contra...

“Queremos representatividade para além do comercial de xampu”

A blogueira Rosangela J. Silva é nossa primeira entrevistada...

para lembrar

Léa Garcia

Nascida no Rio de Janeiro, em 11 de março...

Beyoncé canta Tina Turner em espetáculo futurista da nova turnê ‘Renaissance’

Numa performance brilhante, Beyoncé fez o primeiro de seus cinco shows...

A presença de uma Juíza Negra no STF é uma questão de coerência, reparação histórica e justiça

A Constituição Federal, estabelece como objetivo da República Federativa...
spot_imgspot_img

Peres Jepchirchir quebra recorde mundial de maratona

A queniana Peres Jepchirchir quebrou, neste domingo, o recorde mundial feminino da maratona ao vencer a prova em Londres com o tempo de 2h16m16s....

O futuro de Brasília: ministra Vera Lúcia luta por uma capital mais inclusiva

Segunda mulher negra a ser empossada como ministra na história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a advogada Vera Lúcia Santana Araújo, 64 anos, é...

O precário e o próspero nas políticas sociais que alcançam a população negra

Começo a escrever enquanto espero o início do quarto e último painel da terceira sessão do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes, nesta semana na...
-+=