Proposta foi divulgada no bate-papo do G1 Acre desta sexta-feira (12). Departamento de Promoção da Igualdade Racial também divulgou programação da 7ª Quinzena da Mulher Negra.
Do G1
O Departamento de Promoção da Igualdade Racial quer discutir com a Câmara de Vereadores de Rio Branco uma forma de inserir cota racial para o serviço público na capital acreana.
Durante o bate papo do G1 Acre, nesta sexta-feira (12), a chefe do departamento, Elza Lopes, falou sobre a proposta desenvolvida e as dificuldades em apresentar projetos sobre as mulheres negras. Através da assessoria, a Câmara informou que ainda não houve uma reunião para tratar o assunto.
Na oportunidade, Elza falou ainda sobre a programação da 7ª edição da Quinzena da Mulher Negra, que começa nesta segunda-feira (15) já com uma audiência pública sobre violência doméstica.
O evento é em alusão ao dia 25 de julho, que é o Dia Internacional da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha.
“A gente gostaria que também tivesse essa discussão das cotas para negros no serviço público. É uma discussão que temos com a Câmara de Vereadores e esperamos que seja aprovado ou pelo menos apresentado. São políticas que a gente vem apresentado, não é fácil, o racismo no Brasil é muito forte e políticas que não são fáceis de apresentar”, lamentou.
Elza diz que há uma discussão sobre o racismo institucional que é realizada dentro da prefeitura do município. Ela explicou que a mulher negra, bem como a branca, não tem visibilidade nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
“A mulher branca também não é vista nos espaços de poder. Imagina isso somado a mulher negra. A mulher branca já é discriminada por conta do machismo patriarcal. Ela sendo mulher e negra, essa somatória é ainda pior. Vemos poucas mulheres negras no poder e tudo isso tem a ver com a nossa história escravocrata”, frisou.
Quinzena
A programação da Quinzena envolve palestras, diálogos e bate-papo sobre a mulher negra. Esse ano, o tema do evento é: Mulheres Negras: Das Vozes Silenciadas ao Grito da Denúncia – Vidas Negras Importam.
“Esse ano as discussões se pautam nesse campo. O Brasil é um país que mais mata mulheres, sobretudo mulheres negras. Como é signatário da ONU, então, também faz parte dessa campanha Vidas Negras Importam da Unicef. São várias discussões que estamos promovendo com o governo do estado e a prefeitura”, complementou.
Segundo Elza, em 2019, o tema é voltado para o genocídio da população negra. Em 2017, o tema Marielle Vive, em homenagem a vereadora Marielle, assassinada em fevereiro do ano passado.
“Esse ano voltamos para essa questão do genocídio da população negra, em especial das mulheres negras que sofrem o peso, tanto do machismo quanto do racismo. Sofre discriminação por ser mulher e ser negra, que a torna muito mais vulnerável em relação a mulher branca”, disse.
Sobre o evento, a chefe do Departamento falou que a ideia é trazer mulheres de outros municípios para o debate. A programação inclui também diálogos com os Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e abrigos da capital acreana.
“A Quinzena traz essa discussão do genocídio das mulheres negras, da violência obstetra contra as mulheres negras devido aos impactos dos racismo, que é muito forte do machismo na sociedade brasileira. Quem promove são os movimentos sociais, o Conselho Municipal de Promoção de Igualdade, o Conselho Estadual, Associação de Mulheres Negras e nos da prefeitura e governo somos parceiros”, concluiu.