Dia da Mulher: Negras brasileiras sofrem preconceito no mercado de trabalho

O Em Conta especial do Dia Internacional da Mulher debate salários inferiores e atendimento médico inadequado oferecidos a mulheres negras

No EBC

Neste Em Conta especial, pelo Dia Internacional da Mulher, você ouve a Entrevista de Valor com Luana Natielle, da Articulação das Mulheres Negras Brasileiras, e também do Centro de Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea). Ela denuncia que “as gestantes negras têm um tratamento diferenciado, médicos usam menos anestesia por supor que as mulheres negras suportam mais a dor.”

Luana Pinheiro, técnica de planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta outra posição de inferioridade da mulher negra com referência à mulher branca, e lembra que “o uso da população negra feminina no emprego doméstico está relacionada a uma herança escravagista da sociedade brasileira”.

Durante o Em Conta de hoje(8) você também ouve trechos da música “Mulheres Negras”, cantada por Isalu, da Facção Parcial. Um dos trechos da música cita “não, não existe a Lei Maria da Penha que nos proteja da violência de nos submeter aos cargos de limpezas”.

Outra música que acompanha o programa é “O Abre Alas”, da Chiquinha Gonzaga, que teve papel importante na progressão da mulher na sociedade, numa época em que ela não podia nem votar, por exemplo.

Algumas das mensagens pelo Dia Internacional da Mulher que também estão neste Em Conta especial:
Marcela Kawauti, economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC-Brasil): “A gente sabe que as mulheres são muito cuidadosas com a casa, que elas participam muito dessa decisão do dia-a-dia, por isso eu indico que elas passem a ter uma atitude preventiva e comecem a ajustar o seu padrão de vida e ajustar o orçamento da família a este momento econômico.”

Coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor –  Proteste, Maria Inês Dolci, diz que “apesar de todas as conquistas, a mulher não deve se esquecer de que ela tem que ter ainda uma boa sensibilidade dentro de casa, apesar da expansão no mercado de trabalho, porque isto influencia na vida de toda a família.”

Por fim, o Em Conta destaca ainda os cinco objetivos da Organização das Nações Unidas (ONU Mulheres). São eles:

1 – Aumentar a participação das mulheres.
2 – Eliminar a violência contra as mulheres.
3 – Engajar as mulheres nos processos de paz.
4 – Colocar igualdade de gênero no orçamento nacional.
5 – Melhorar o poder econômico das mulheres.

Já o Trocando em Miúdo de hoje (8) também está muito do especial. Ele conta como começou a história do Dia Internacional da Mulher, na verdade, com uma tragédia com as mulheres trabalhadoras de uma fábrica em Nova Iorque, que fizeram a primeira greve da história. O programete ainda conta a história das grandes heroínas negras na história brasileira, algumas desconhecidas pela maioria.

Ouça a íntegra do programa no player acima.

O Em Conta– a economia que você entende vai ao ar de segunda a sexta-feira, a partir de 12h40 na Rádio Nacional da Amazônia e de 10h40 na Rádio Nacional do Alto Solimões.
A produção é de Cleide de Oliveira. A edição e apresentação é de Eduardo Mamcasz.. Continue participando: [email protected]
Bom Dia Internacional, Mulher.

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