Dilma critica propaganda tucana por usar nome de Lula

Por: Maria Angélica Oliveira

Candidata do PT diz que nas eleições não se pode ‘passar pelo que não é’.
Jingle de Serra diz: ‘Quando o Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá’.


A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, criticou nesta terça-feira (17) o fato de o candidato do PSDB, Josá Serra, ter utilizado o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu jingle na propaganda eleitoral do rádio.

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV começou nesta terça-feira (17). O jingle de Serra diz: “Quando o Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá”.

“Passaram oito anos fazendo a oposição mais radical, aquela que sai lá do fígado, mais dura, conosco. Não pode querer, nas eleições, passar pelo que não é”, afirmou Dilma. Em seguida, acrescentou que acredita na “inteligência, discernimento e senso crítico do povo” e que a população “sabe quem é quem”.

‘Rasteirinha’

Questionada sobre a pesquisa Ibope divulgada na segunda (16), Dilma afirmou que nada muda na estratégia de campanha e voltou a dizer que não é hora de usar “salto alto”. Segundo o levantamento, a petista tem 43% das intenções de voto, contra 32% do tucano.

“Pesquisas indicam uma tendência. Não significa de jeito nenhum que uma pessoa pode subir no seu salto alto e sair por aí. Eu estou preferindo rasteirinha. Só hoje que está meio frio pra usar rasteirinha. Vou ficar adepta do tênis”.

Centrais sindicais e salário mínimo

A petista deu as declarações em coletiva na cidade de São Paulo após participar de um ato organizado por mulheres das centrais sindicais. Prometeu que dará “continuidade à política de valorização do salário mínimo”. Segundo ela, a política consiste na correção do salário de acordo com a inflação e com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior.

Dilma creditou o apoio recebido pelas centrais a essa política. “Não é de graça que as centrais nos apóiam. Não tratamos trabalhador na base do porrete ou do não diálogo. Nós dialogamos. Não temos nenhum medo de reivindicação.”

Também comentou a proposta de redução da jornada de trabalho para 40 horas, defendida por sindicalistas. “É uma questão que tem que ser levada em conta. O movimento social tem que começar a fazer essa reivindicação. Em muitos lugares acho que vai ser atendido. Em outros, é mais difícil. Principalmente nas pequenas empresas”, afirmou. Durante o evento, ela recebeu das sindicalistas um documento com reinvidicações.

Discurso para o eleitorado feminino

Antes da coletiva, Dilma discursou para uma plateia formada por principalmente por mulheres sindicalistas e direcionou seu pronunciamento para o eleitorado feminino. Afirmou que será a primeira presidente do país, referindo-se a si mesma como “sucessora” do presidente Lula, e recorreu à figura materna para falar dos programas sociais do governo.

“No centro de tudo, sempre estará uma mulher, uma mãe e seus filhos. Eu queria dizer pra vocês: todas as políticas sociais nos interessam. Por isso, é importante que o Bolsa Família seja dado para a mulher. Por isso que é importante que, no Minha casa, Minha Vida, a titulação da propriedade seja prioritariamente da mulher. Porque mulher não larga seus filhos em hipótese alguma.”

Prometeu que, caso eleita, construirá seis mil creches no país – 1,5 mil unidades por ano. Ela também citou programas que pretende implantar, como a rede “Cegonha”, voltada para atender mães e crianças com até um ano de idade com “clínicas da mulher”, maternidades, UTIs neonatais e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Cegonha. “Para que as mulheres não fiquem por aí tendo filho no meio da rua”, afirmou.

 

 

Fonte: G1

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