Exibição acontece no CineTeatro Solar Boa Vista, em Salvador, nesta terça. Filme conta a história de uma das mais importantes vozes negras do Brasil.
Depoimentos de Martinho da Vila, Lecy Brandão, Paulinho da Viola, João Bosco, Carlinhos Vergueiro, Mônica Salmaso e Cristina Buarque recheiam o documentário ‘Clementina de Jesus – Rainha Quelé’, que receberá mostra especial na terça-feira (6), no Cineteatro Solar Boa Vista, no bairro de Brotas, em Salvador, às 19h30, com acesso gratuito.
A mostra comemora antecipadamente as comemorações ao dia da mulher. Após a exibição da película, o público pode participar de um bate-papo com líderes de diversos movimentos negros da Bahia. O Coletivo Urgente de Audiovisual participa da exibição firmando parceria com o Cine-Teatro Solar Boa Vista.
“Clementina de Jesus é um exemplo de mulher que precisa ser valorizado, disseminado. Negra, pobre, empregada doméstica, mãe e que alcançou visibilidade e respeito nacional e internacional cantando, fazendo arte do seu jeito, com sua voz marcante, gutural, com sua simplicidade. Nada mais justo que um espaço cultural, como o Solar, localizado em um bairro com características periféricas, remanescente de senzalas, renda homenagens à Rainha Quelé, à dona Clementina de Jesus e consequentemente às mulheres negras que constroem o cotidiano desse lugar”, disse o coordenador do espaço Boa Vista, Chico Assis.
O documentário é lindo, me emocionou muito quando vi. Tinha que fazer com que mais pessoas vissem a história de Clementina
Chico Assis
Clementina de Jesus
Negra, pobre, dona de casa e empregada doméstica e uma das figuras mais exuberantes da música popular brasileira. Assim era Clementina de Jesus, nascida em 1901 na cidade do Rio de Janeiro. Foi na capital carioca, que a negra de voz marcante foi descoberta musicalmente em 1963 pelo poeta, compositor e produtor cultural Hermínio Bello de Carvalho.
Com ele, visitou diversos locais do Brasil, levando sua voz no show ´Rosa de Ouro´. A artista fez questão de respeitar a ancestralidade e levou para shows e programas televisivos, um pouco da referência que tinha da África e da cultura Afro-Brasileira. Ela gravou cinco LP´s solo, e fez participação em diversos outros, como ´Fala Mangueira´, gravado em 1968, que teve Cartola como mais um dos participantes especiais.
Nomes como João Bosco, Milton Nascimento, Alceu Valença, Clara Nunes, entre tantos outros grandes personagens da música popular brasileira sempre respeitaram, gravando ou cantando Clementina.
Com direção de Werinton Kermes e roteiro de Míriam Cris Carlos o filme foi premiado na categoria Melhor Filme de Longa Metragem no Festival Internacional de Cinema de Arquivo REcine. Em 2011, completa-se 25 anos de sua morte, que foi causada por um derrame.
Fonte: Faxaju