Dolores Duran

Dolores Duran, nome artístico de Adiléia Silva da Rocha, (Rio de Janeiro, 7 de junho de 1930 – Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1959) foi uma cantora e compositora brasileira.

Adiléia da Silva Rocha, conhecida como Dolores Duran, era filha de um sargento da Marinha. Começou a cantar muito cedo e seu primeiro prêmio foi aos dez anos de idade, no Programa de Ary Barroso, “Calouros em Desfile”. As apresentações ao programa tornaram-se freqüentes, fixando-a na carreira artística. Seu pai faleceu quando Adiléia tinha 12 anos e, a partir de então, teve que sustentar a família, cantando em programas de calouros e trabalhando no rádio como atriz.

 

Adota o nome artístico Dolores Duran a partir dos 16 anos. Autodidata, cantou músicas em inglês, francês, italiano e espanhol, a ponto de Ella Fitzgerald lhe dizer que foi na voz dela que ouviu a melhor interpretação que já havia ouvido de “My Funny Valentine”, um clássico da música norte-americana.

No final da década de 1940, Dolores estréia na Rádio Nacional, sendo contratada ao lado de nomes como Chico Anysio e Ângela Maria. Em 1951, tem um relacionamento amoroso com João Donato, que não foi em frente devido à oposição da família do rapaz. João Donato tinha 17 anos, enquanto Dolores, 21.

A estréia de Dolores em disco foi em 1952, gravando dois sambas para o Carnaval do ano seguinte: Que bom será (Alice Chaves, Salvador Miceli e Paulo Marquez) e Já não interessa (Domício Costa e Roberto Faissal). Em 1953, gravou Outono (Billy Blanco) e Lama (Paulo Marquez e Alice Chaves). Dois anos depois, vieram as músicas Canção da volta (Antonio Maria e Ismael Neto) e Bom querer bem (Fernando Lobo) e Praça Mauá (Billy Blanco), Carioca (Antonio Maria e Ismael Neto).

Em 1955, casa-se com o radioator e músico Macedo Neto. No mesmo ano, foi vítima de um infarto, ficando internada trinta dias no hospital. Apesar das recomendações médicas, Dolores resolveu não segui-las, agravando seus problemas cardíacos. A melancolia tornou-se presente na vida de Dolores Duran.

Em 1956, faz sucesso com a músicaFilha de Chico Brito, composta por Chico Anysio.No ano seguinte, um jovem compositor apresenta a Dolores uma composição dele e de Vinícius de Moraes. Tratava-se de Antônio Carlos Jobim, que estava no início da vida artística. Em três minutos, Dolores pegou um lápis e compôs a letra da música “Por Causa de Você”. Vinícius ficou encantado com a letra e gentilmente cedeu seu espaço à Dolores.

A partir de então, o lado compositor de Dolores é revelado e grandes sucessos são lançados, como “Estrada do Sol”, “Idéias Erradas”, “Minha Toada”, “A Noite do Meu Bem”, entre outros.

Dolores passou por uma gravidez tubária, interrompendo os sonhos de ser mãe. Em 1958, separa-se de Macedo Neto e passa meses na Europa com o seu conjunto musical. Em seguida, adota uma menina, Maria Fernanda Virgínia da Rocha Macedo, cuja mãe biológica faleceu após o parto. O pai foi uma das vítimas da pior tragédia em um dos trens do Rio de Janeiro, em que mais de cem pessoas morreram.

A partir daí compõe, nos seus últimos dois anos de vida, algumas das mais marcantes músicas da MPB, como Castigo, A Noite do Meu Bem, Olha o Tempo Passando e Estrada do Sol, entre outras tantas.

Em 23 de outubro de 1959, com 29 anos, chega em casa às 7:00 da manhã. Brinca com a filhinha Fernanda na banheira. Em seguida, passa os últimos cuidados à empregada Rita: “Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer”.

A morte prematura de Dolores Duran rompia uma trajetória vivenciada intensamente, que conseguiu captar tanto o mundo à volta com tamanha sensibilidade. A amiga Marisa Gata Mansa pegou os últimos versos de Dolores e entregou-os a Ribamar para musicá-los. Carlos Lyra também fez o mesmo sobre os versos inéditos.

Fonte: Wikipédia

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