Atacante que vai enfrentar o Brasil na Copa do Mundo foi escolhido pela revista Time graças ao papel que teve no fim da guerra civil da Costa do Marfim
A lista da revista americana Time que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o líder mais influente do mundo também elencou heróis, artistas e pensadores que estão afetando o mundo. Na lista de heróis, em décimo lugar, aparece o atacante Didier Drogba, que deve enfrentar o Brasil na Copa do Mundo quando a seleção brasileira encarar a Costa do Marfim na primeira fase. O primeiro colocado na lista de heróis é o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
Drogba, que defende o Chelsea, da Inglaterra, é um mito entre os marfinenses. E o episódio que o transformou nisso é odestaque do texto da Time. Na época da Copa do Mundo de 2006, a Costa do Marfim vivia uma guerra civil entre o norte mais pobre e muçulmano, e o sul cristão e mais rico. Durante o torneio, Drogba organizou a filmagem de um vídeo no qual os jogadores marfinenses pediam paz no país. Como conta a Time, “muitos creditam à calma subsequente [ao pedido dos jogadores] o início da reconciliação”.
Em 2007, Drogba, que é cristão, atuou para que um jogo da seleção da Costa do Marfim fosse realizado em Bouaké, cidade do norte do país que centralizava a rebelião. O jogo foi acompanhado pelo presidente do país e líderes rebeldes, em um sinal de união nacional.
Em 29 março deste ano, 22 torcedores morreram na capital marfinense, Abidjan, durante um jogo da seleção nacional contra o Malawi, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Drogba doou todo o dinheiro que ganha de patrocinadores para a construção de novos hospitais no país.
Ações como essas não fazem do jogador um deslumbrado. Suas frases à Time mostram que ele entende perfeitamente os problemas do país. “Eu gostaria que o país fosse capaz de lidar sozinho com seus problemas políticos”, disse. “Não é bom depender das derrotas ou vitórias da seleção, isso significa que alguma coisa está errada”, afirmou.
Em um vídeo no site da Time, Drogba votou no ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, como o homem mais influente do mundo.
Fonte: Revista Época
