EBC lança programa de equidade de gênero e raça

Show da cantora brasiliense Ellen Oléria durante lançamento da adesão da EBC ao Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça da Secretaria de Políticas paras as Mulheres)Marcello Casal Jr./Agência Brasil

por Carolina Sarres

Empresa Brasil de Comunicação (EBC) se comprometeu a conscientizar, sensibilizar e estimular práticas de gestão que promovam a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres no âmbito da empresa. Por meio da adesão à 5ª Edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça da Secretaria de Políticas paras as Mulheres (SPM), feita em março deste ano, a EBC irá implementar ações, ao longo de dois anos, que contribuam para a eliminação de todas as formas de discriminação no acesso, na remuneração, na ascensão e na permanência das mulheres no emprego.

O lançamento do programa foi feito hoje (5), na sede da empresa, com a participação do secretário executivo de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Giovanni Harvey; da coordenadora-geral de Autonomia Econômica das Mulheres da SPM, Simone Schäffer; e do diretor-presidente daEBC, Nelson Breve.

A cantora brasiliense Ellen Oléria fez um showdurante o evento para enfatizar o destaque de uma mulher negra na sociedade – simbolizando os objetivos do programa, que tem ênfase em gênero e raça.

A cantora agradeceu a todos que têm trabalhado na área de comunicação para promover a equidade de gênero e de raça. Ellen cantou várias músicas, entre as quais Maria Maria, de Milton Nascimento. A cantora e sua esposa, a poetisa Poliana Martins, recitaram poemas, como A Noite não Adormece nos Olhos das Mulheres, de Conceição Evaristo, e outras de autoria de Poliana.

“A EBC, ao aderir à 5ª edição [do programa] assume compromisso de discutir e promover internamente a equidade de gênero e raça entre as funcionárias e os funcionários”, disse a coordenadora-geral de Autonomia Econômica das Mulheres da SPM, Simone Schäffer. De acordo com ela, o programa prevê a criação de um Comitê de Gênero para elaborar um perfil funcional da empresa e um plano de trabalho.

“A adesão significa uma nova gestão de pessoas. Hoje, sabemos que não basta incluir as mulheres no mercado de trabalho, mas temos de dar condições para que ela permaneçam”, explicou a coordenadora da SPM.

Segundo ela, entre os temas que devem discutidos estão a divisão do trabalho e o uso do tempo para que a mulher possa exercer sua vida profissional. Simone informou que os resultados das etapas anteriores no programa mostram que há três vezes mais mulheres ocupando cargos executivos nas empresas que aderem à iniciativa.

“O programa não existe por geração espontânea, mas é o resultado de um trabalho que vem se desenvolvendo ao longo dos anos. A EBC se insere nesse processo na transição da 4ª para a 5ª etapa do processo de construção da política de igualdade racial no Brasil”, disse o secretário executivo da Seppir, Giovanni Harvey.

O secretário executivo de Comunicação Social, Roberto Messias, reforçou a importância da adesão da EBC ao programa. Ele considerou o Pró-Equidade “uma peça fundamental para que se possa fazer a diferença”.

De acordo com o diretor-presidente da EBC, Nelson Breve, o objetivo é que a empresa seja exemplo na área de equidade de gênero e raça. “É verdade que há muito o que fazer, não conseguirmos fazer tudo ao mesmo tempo, mas temos de ir transformando [as intenções] em ações, ainda que pequenas, no dia a dia, para caminhar nessa direção”, explicou.

O diretor-presidente citou algumas medidas que deverão ser tomadas pela EBC, como a criação de uma comissão sobre o tema; o cadastro funcional da empresa e o recrutamento de acordo com recorte de gênero e raça; a capacitação e o treinamento dos membros da comissão; a sensibilização dos funcionários para a questão; e o recorte de gênero e raça no plano de cargos e salários e de ascensão funcional.

O Programa de Pró-Equidade de Gênero e Raça foi criado em 2006 com o objetivo de incentivar mudanças na cultura organizacional de empresas e órgãos públicos visando a práticas que contribuam para a igualdade de tratamento e de oportunidades no ambiente de trabalho. Atualmente, 83 instituições participam do programa.

 

Fonte: Agência Brasil

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