Elisa Lucinda: “As portas estão fechadas para os negros”

Em entrevista em vídeo, a atriz, cantora e escritora afirma que é preciso escolher entre ser um abolicionista moderno ou um escravocrata

Por Tatiana Merlino Do Carta Capital

Elisa afirma que existe um Brasil que é do apartheid Foto: Cauê Gomes

A atriz, cantora e escritora capixaba Elisa Lucinda sofre com o racismo em todas as suas áreas de atuação. Na literatura, mulheres negras são invisibilizadas. Na teledramaturgia também: “não vemos negras como protagonistas de uma novela. O Brasil é muito cruel. E o racismo é um câncer”, afirma, em entrevista a CartaCapital.

Elisa afirma que existe um Brasil que é do apartheid. “Se tem território, tem apartheid. Eu sei onde ir e encontrar só brancos e ir em outros e encontrar só negros”.  Um dos problemas do racismo estrutural, afirma, é a naturalização da ausência de negros em inúmeros espaços: uma pessoa branca, por exemplo, que entra em local e só vê outros brancos, e acha a situação natural.  “É preciso escolher se você vai ser um abolicionista moderno ou um escravocrata”, provoca.

Criadora da Escola Lucinda de Poesia Viva e da Casa-Poema, instituição socioeducativa, ela dá aulas de poesia para população transgênero e  jovens em conflito com a lei. É autora de 14 livros, entre eles “Fernando Pessoa, o Cavaleiro do Nada”, uma biografia não autorizada.

 

YouTube video

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...