Elza Soares

Elza Soares nasceu em 23 de Junho de 1937 no Rio de Janeiro. Filha de uma lavadeira e de um operário, foi criada na favela de Água Santa, subúrbio de Engenho de Dentro. Cantava, desde criança, com a voz rouca e o ritmo sincopado dos sambistas de morro. Aos 12 anos, já era mãe e aos 18, viúva.

Foi lavadeira e operária numa fabrica de sabão e, com 20 anos aproximadamente, fez seu primeiro teste como cantora, na academia do professor Joaquim Negli, sendo contratada para cantar na Orquestra de Bailes Garan e a seguir no Teatro João Caetano. 

Em 1958, foi a Argentina com Mercedes Batista, para uma temporada de oito meses, cantando na peça Jou-jou frou-frou. Quando voltou, fez um teste para a Rádio Mauá, passando a se apresentar de graça no programa de Hélio Ricardo. Por intermédio de Moreira da Silva, que a ouviu nesse programa, foi para a Rádio Tupi e depois começou a trabalhar como crooner da boate carioca Texas, no bairro de Copacabana, onde conheceu Silvia Teles e Aluísio de Oliveira, que a convidou para gravar.

No seu primeiro disco, gravado em 1960, pela Odeon, cantou Se acaso você chegasse (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins), alcançando logo grande sucesso. Esse samba fez parte de seu primeiro LP, com o mesmo titulo da música.

A seguir, foi para São Paulo SP, para trabalhar no show Primeiro festival nacional de bossa nova, no Teatro Record e na boate Oásis, gravando depois seu segundo LP, A bossa negra.

Em 1962, como artista representante do Brasil na Copa do Mundo, que se realizava em Santiago, Chile, cantou ao lado do representante norte-americano, Louis Armstrong.

Nessa época ficou conhecendo o futebolista Garrincha, com quem casaria mais tarde. No ano seguinte, gravou pela Odeon o LP Sambossa, tendo como destaque as músicas Rosa morena (Dorival Caymmi) e Só danço samba (Tom Jobim e Vinícius de Moraes); e, em 1964, lançou pela Odeon Na roda do samba (Orlandivo e Helton Meneses), faixa-título do LP.

Realizando inúmeras apresentações pelo Brasil e nas emissoras de televisão, os LPs se sucederam: em 1965, foi a vez de Um show de beleza, pela Odeon, com, entre outras, Sambou, sambou (João Melo e João Donato), e Mulata assanhada (Ataulfo Alves); em 1966, saiu pela mesma gravadora o LP Com a bola branca, onde cantou Estatuto de gafieira (Billy Blanco) e Deixa a nega gingar (Luís Cláudio).

Apresentou-se, em 1967, no Teatro Santa Rosa, no show Elza de todos os sambas, e, novamente pela Odeon, gravou em 1969, o LP Elza, Carnaval & Samba, cantando sambas-enredo, como Bahia de todos os deuses (João Nicolau Carneiro Firmo, o Bala, e Manuel Rosa) e Heróis da liberdade (Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira). Em 1970 foi para a Itália, apresentando-se no Teatro Sistina, em Roma, e gravando Que maravilha (Jorge Ben e Toquinho) e Mascara negra (Zé Kéti).

Nesse mesmo ano, gravou o LP Sambas e mais sambas, pela Odeon, interpretando músicas como Maior é Deus (Fernando Martins e Felisberto Martins) e Tributo a Martin Luther King (Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli).

De volta ao Brasil, em 1972, lançou, pela mesma etiqueta, o LP Elza pede passagem, onde interpretou Saltei de banda (Zé Rodrix e Luís Carlos Sá) e Maria-vai-com-as-outras (Toquinho e Vinícius de Morais), e apresentou-se no teatro carioca Opinião, no show Elza em dia de graça.

Ainda nesse ano, passou uma temporada realizando um show no navio italiano Eugênio C, fez um espetáculo de duas semanas na boate carioca Number One, cantou no Brasil Export Show, realizado na cervejaria Canecão, do Rio de Janeiro, e recebeu o diploma de Embaixatriz do Samba, do conselho de música popular do Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro. Em 1973, gravou o LP Elza Soares, pela Odeon, cantando Aquarela brasileira (Silas de Oliveira) e Pranto de poeta (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito); e apresentou-se no show Viva Elza, que estreou no T.B.C., na capital paulista, e que depois foi levado em vários Estados.

Nos dois anos seguintes, lançou pela Tapecar mais dois LPs, Elza Soares, com Bom-dia, Portela (Davi Correia e Bebeto de São João) e Chamego da crioula (Zé Di); e Nos braços do samba, com faixa-título de Neoci Dias e Dida. Gravou ainda Pilão+Raça=Elza (1977), Somos todos iguais (1986) e Voltei (1988). A partir de 1986, com a morte de Garrinchinha, seu filho com o jogador de futebol Garrincha (1933 – 1983), passou nove anos na Europa e nos EUA De volta ao Brasil, gravou em 1997 o CD Trajetória, só de sambas, com músicas de Zeca Pagodinho, Guinga e Aldir Blanc, Chico Buarque, Noca da Portela, Nei Lopes e outros. Nesse mesmo ano, saiu o livro Cantando para não enlouquecer, biografia escrita por José Louzeiro.

 

Discografia

ELZA SOARES (FEVEREIRO DE 1960).

SE ACASO VOCÊ CHEGASSE (A BOSSA NEGRA) 1960.

ELZA SOARES – AGOSTO DE 1960.

ELZA SOARES A BOSSA NEGRA – 1960.

ELZA SOARES – JANEIRO DE 1961.

O SAMBA É ELZA SOARES -1961.

ELZA SOARES -FEVEREIRO DE 1962.

ELZA SOARES – ABRIL DE 1962.

ELZA SOARES – COMPACTO DUPLO 1962.

ELZA SOARES – JANEIRO DE 1963.

ELZA SOARES – ABRIL DE 1963.

SAMBOSSA – 1963.

NA RODA DO SAMBA -1964.

UM SHOW DE ELZA -1965.

COM A BOLA BRANCA – 1966.

ELZA SOARES – COMPACTO SIMPLES 1966.

ELZA SOARES COMPACTO DUPLO -1967.

O MÁXIMO EM SAMBA -1967.

ELZA, MILTINHO E SAMBA – 1967.

ELZA SOARES COMPACTO DUPLO – 1968.

ELZA SOARES (BATERISTA : WILSON DAS NEVES) – 1968.

ELZA SOARES – COMPACTO SIMPLES – 1969.

ELZA SOARES COMPACTO DUPLO – 1969.

ELZA SOARES – COMPACTO SIMPLES – 1969.

ELZA, MILTINHO E SAMBA VOL. 2 – 1969.

ELZA, CARNAVAL & SAMBA – 1969.

ELZA, MILTINHO & SAMBA – VOL 3 – 1969.

SAMBAS & MAIS SAMBAS – 1970.

OS MELHORES SAMBAS ENREDO – COMPACTO DUPLO 1970.

CARNAVAL ’72 – OS MELHORES SAMBAS ENREDO -1972.

ELZA SOARES COMPACTO DUPLO – 1972.  E

LZA PEDE PASSAGEM -1972.

SANGUE, SUOR E RAÇA -1972.

ELZA SOARES – COMPACTO SIMPLES -1973.

ELZA SOARES – AQUARELA BRASILEIRA-1973.

ELZA SOARES – SALVE A MOCIDADE – 1974.

NOS BRAÇOS DO SAMBA – 1975.

LIÇÃO DE VIDA – 1976.

PILÃO + RAÇA = ELZA -1977.

ELZA SOARES – COMPACTO SIMPLES -1979.

ELZA SOARES – COMPACTO SIMPLES -1980.

ELZA NEGRA NEGRA ELZA – 1980.

ELZA SOARES – COMPACTO SIMPLES – 1985.

SOMOS TODOS IGUAIS -1985.

VOLTEI – 1988.  TRAJETÓRIA – 1997.

DO CÓCCIX ATÉ O PESCOÇO  – 2002.

VIVO FELIZ – 2004.

BEBA-ME – AO VIVO – 2007.

CHEGA DE SAUDADE – TRILHA SONORA DO FILME (UNIVERSAL 2008).

COLETÂNEAS

GRANDES SUCESSOS DE ELZA SOARES – 1978.

SALVE A MOCIDADE – 1997.

MEUS MOMENTOS – VOLUMES 1 & 2 – 1998.

ELZA SOARES – RAÍZES DO SAMBA – 1999.

+ sobre o tema

Após vitória histórica, Marta agradece companheiras: “Vocês me reergueram”

Estádio do Mineirão, madrugada deste sábado, vestiário da seleção...

Emanoel Araujo, escultor, artista plástico e curador do Museu Afro Brasil, morre em SP aos 81 anos

O artista plástico e escultor Emanoel Araujo, curador do...

Monfils surpreende Federer e mantém sonho de título francês em Paris

Tenista local salva cinco match points para derrotar suíço...

para lembrar

Daiane dos Santos

Daiane Garcia dos Santos (Porto Alegre, 10 de fevereiro de...

Cientista e Inventores Negros

Por: Nelson Pascarelli Filho Uma das opções para se ensinar...

Funk aproveita referências do pop internacional para fazer sucesso

Superestruturas em shows, clipes com alto investimento e milhares...
spot_imgspot_img

Documentos históricos de Luiz Gama são reconhecidos como Patrimônio da Humanidade pela Unesco

Documentos históricos de Luiz Gama, um dos maiores abolicionistas do Brasil, foram reconhecidos "Patrimônio da Humanidade" pela Unesco-América Latina. Luiz foi poeta, jornalista e advogado...

Tia Ciata, a líder antirracista que salvou o samba carioca

No fim da tarde do dia 1º de dezembro de 1955, Rosa Parks recusou-se a levantar da cadeira no ônibus, para um branco sentar...

Diva Guimarães, professora que comoveu a Flip ao falar de racismo, morre aos 85 anos em Curitiba

A professora aposentada Diva Guimarães, que emocionou milhares de brasileiros ao discursar sobre preconceito durante a 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de...
-+=