Eliana Pittman

Eliana Leite da Silva ,nasceu no Rio de Janeiro(RJ) em 14/8/1945.

Ela é um show. Canta, dança e se comunica perfeitamente com o público. Além disso, para quem acaba de completar 40 anos de carreira, está em ótima forma, esbanjando charme, beleza e vitalidade.

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Ela na infância, nunca pensou que iria um dia se tornar uma show-woman completa – uma cantora, atriz e bailarina de sucesso internacional, comparada a Josephine Baker, Lena Horn e a Carmen Miranda.

Tudo começou quando por um acaso feliz do destino, sua mãe Ophélia conheceu e se casou com um dos grandes saxofonistas americanos – Booker Pittman. Ouvindo discos de Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan e embalada pela sonoridade do sax de Pittman, Eliana foi descobrindo sua vocação musical. Até que a grande chance surgiu aos quinze anos, ao se apresentar ao lado de Booker num programa da TV RIO.

No princípio, ela era uma intérprete de uma única canção criada por Booker – “Mama don’t want no music play here”. Daí vieram os programas de rádio como os de César de Alencar na Rádio Nacional, shows em casas noturnas e uma temporada em dezembro de 1961 na Argentina com apresentações no célebre Teatro Maipo em Buenos Aires e na cidade de Mar del Plata, com o mesmo sucesso.

Mas a sorte continuou a acompanhar o talentoda cantora adolescente que, rapidamente, foi reconhecida na terra de Booker. Acompanhada por ele, teve o privilégio de conhecer de perto Louis Armstrong e Count Basie e de assistir a shows de suas musas – Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald.

Ainda nos Estados Unidos, fez apresentações coast to coast, cursos com mestres do show business como Fred Steal, aulas de dança com Sammy Davis Jr, apresentações na televisão com Jack Parr, um dos maiores apresentadores da NBC americana. Sua estrela brilhou mais ainda quando a bossa nova estava virando um fenômeno no Brasil e ela já tinha gravado, ao lado de Booker Pittman, um dos primeiros discos do gênero – New Sound Brazil Bossa Nova. Através de Jack Parr, foi contratada pela agência artística William Morris e pelo Playboy Club. Reconhecida pela crítica e aplaudida pelo público norte-americano, depois de shows individuais em vinte e oito estados norte-americanos, retornou ao Brasil, transformando-se numa das maiores surpresas da MPB, além de um tipo de intérprete única, no país, da música americana.

Fez inúmeros shows na tevê, no rádio, em casas noturnas e nos mais conceituados palcos, como o Golden Room do Copacabana Palace. Em 1996, sua interpretação vibrante e sentimental do último samba de Haroldo Lobo e Niltinho – Tristeza, fez dela uma das cantoras mais apresentadas nos programas de rádio, shows e tevês, além da definitiva consagração popular.

Outra canção que Eliana ajudou a se tornar uma das favoritas do público foi sua versão de Viola Enluarada, de Marcos e Paulo Sérgio Valle.

Quando seu pai adoeceu, a jovem Eliana decidiu parar de cantar. Booker não aceitou a decisão da filha e argumentou que ela deveria continuar, pois tinha talento. Decidiu-se então que Eliana seria preparada para iniciar sua carreira solo. Foram três anos de estudos e ensaios, supervisionados pelo atento olhar de seu pai. Em 1969, Booker Pittman morre e Eliana começa a cantar sozinha. Não parou mais. Gravou um LP “É Preciso Cantar” e o incentivo de sua mãe Ophélia, que já era fundamental desde o início de sua carreira, impediu que Eliana trocasse os palcos pela profissão de diplomata.

Desenvolveu então uma brilhante temporada na Europa, onde passou dois anos atuando em Paris, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, Portugal, além de bem sucessidas turnês pela Argentina, México, Venezuela e gloriosas passagens pelos Estados Unidos. Convveu e muitas vezes se apresentou em shows e programas de tevê que tinham a participação de astros como Sacha Distel, Marcelo Mastroianni, Claudia Cardinale, Sammy Davis Jr, Jerry Lewis, entre muitos outros.

De volta definitiva ao Brasil. aqui teve passagens artísticas memoráveis, tais como ser a contora escolhida para a homenagem à Rainha Elizabeth II, em sua visita ao país, ou o fato de ter sido a primeira cantora brasileira a lançar em disco um samba enredo – O Mundo Encantado de Monteiro Lobato, na Mangueira, ou, ainda, de ter programas exclusivos na televisão, como o Eliana Super Bacana na TV Excelsior. E mais: atuandio como atriz de cinema na produção norte-americana – Capitães de Areia – e no filme espanhol – A Menor. Foi também protagonista de shows que marcaram época, como Eliana em Tom Maior, Positivamente Eliana e Eliana Cravo e Canela. Inauguroun o Hotel nacional do Rio com o show Brazilian Follies e foi uma das primeiras cantoras brasileiras a explorar ritmos oriundos da tradição popular nortista como o carimbó, fazendo o país inteiro dançar muito antes da onda da lambada, do axé e do forró ter atingido os palcos e as pistas de danças das discotecas.

Hoje, 40 anos depois, vivendo numa confortável cobertura na zona sul do Rio de Janeiro, Eliana Pittman tem muita história para contar. É, sem dúvida, uma vencedora. Como ela mesma diz: “Ser mulher, artista, negra e brasileira, não é fácil! É muita coisa para uma só pessoa!” Mesmo assim, conseguiu construir uma sólida carreira, a nível internacional.

Outra figura importante em sua vida foi sua mãe, a não menos famosa Dona Ofélia. Ofélia era a empresária e melhor amiga da filha. Carismática, também atraía as atenções da mídia e dos fãs de Eliana, numa “dobradinha” que funcionou durante vários anos. Dona Ofélia morreu há 8 meses e Eliana sofreu mais um duro golpe. Ao contrário de sua reação quando seu pai morreu – dois anos e meio de auto-exílio na Europa – , ela decidiu ficar no Brasil e enfrentar a dor da perda de sua mãe.

Recuperada (na medida do possível), Eliana Pittman estrela “Brasil Samba Show”, mais uma produção do já lendário empresário Chico Recarey. O espetáculo, definido por ela como um “pocket show brasileiro”, tem a participação de passistas, mulatas, destaques de desfiles de carnaval e, como diz o nome, muito samba. O show tem atraído turistas de vários países. Para Eliana, que fala várias idiomas, isso não dificulta em nada sua sintonia com o público.

“Sou pura energia.”

Poucos sabem que Eliana descende de uma linhagem nobre de negros norte-americanos. Seu bisavô (avô de seu pai) foi Booker T. Washington, fundador da conceituada Tuskegee Institute, a primeira universidade para negros nos Estados Unidos.

Mesmo com esta incrível ascendência, Eliana raramente participa de manifestações do movimento negro carioca. Não por culpa dela, diz.

“Os negros cariocas não me convidam para nada. Parece até que sou filha de alemão com holandês. Sempre fui solitária nesta luta. É preciso muita perseverança, pois o negro não tem muitas chances para aparecer. Acredito que os grandes exemplos vêm de São Paulo. Mesmo o Rio sendo a capa artística do país, o futuro do negro brasileiro está em São Paulo.”

Entusiasmada com as novas propostas que vêm recebendo, Eliana ainda não definiu seus próximos trabalhos. Sabe apenas que continuará cantando, até quando lhe for permitido…

“Toda vez que começo a cantar sinto um forte arrepio em todo meu corpo. Quando eu não me arrepiar mais será o sinal que devo parar”

Ao mesmo tempo que preserva o seu repertório de música popular brasileira, revive seus grandes hits da música popular brasileira, revive seus grandes hits da música norte-americana em temporadas populares no Teatro Casa Grande, Teatro Glória, Copacabana Palace e no Canecão (patrocínio UNIG). Antenada com o tempo, ela agora faz uma radical transformação em seu estilo de apresentação, ttrazendo ao seu repertório um rítmo dance, mais funkeado em clássicos da MPB de todos os tempos. Mais um jeito original de ser Eliana que, certamente, vai continuar entusiasmando seu público cativo e que, sem dúvida, conquistará de vez a geralção pop/rap/funk/dance do terceiro milênio.

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