Em Porto Alegre Saia de Saia marcou o 25 de Novembro, Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres

Representações do movimento feminista gaúcho estiveram no início da tarde de hoje, 25/11, na Esquina Democrática, em pleno centro de Porto Alegre/RS, chamando atenção para o Dia Internacional da NÃO Violência contra as Mulheres. “Saia de saia” foi a chamada do Ato Público numa referência à universitária Geisy Arruda que foi execrada por seus colegas e pelo conselho diretor da Universidade Bandeirantes (UNIBAN), campus de São Bernardo do Campo, São Paulo, por estar usando um micro vestido. Presentes ao ato dialogando com a população e distribuindo folhetos sobre violência contra as mulheres estiveram as lideranças do Coletivo Feminino Plural, Maria Mulher – Organização de Mulheres Negras, Themis – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.

Fonte: Lista Racial-

A atividade, além de destacar o 25 de Novembro, marcou o início, em Porto Alegre, da edição 2009 da Campanha 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres que é coordenada pela Organização Não-Governamental Agende Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento, de Brasília/DF, filiada à Rede Feminista de Saúde.

 

Com o slogan “Uma vida sem violência é um direito das mulheres. Comprometa-se. Tome uma atitude. Exija seus direitos”,a campanha é desenvolvida em 154 países, teve início mundial hoje, 25/11, mas, no Brasil, costuma ser antecipada em cinco dias para coincidir com o Dia Nacional da Consciência Negra, como forma de destacar a mulher negra, que sofre dupla discriminação: a racial e por ser mulher e, também, por reconhecer que a discriminação é, também, uma forma de violência. Os 16 Dias de Ativismo têm como objetivo sensibilizar a sociedade e o Estado para enfrentamento da violência contra a mulher, assim como estimular o comprometimento de todos os atores sociais. Em sua sétima edição nacional, a Campanha 16 Dias de Ativismo vem ampliando a cada ano seu alcance, mobilizando sociedade civil e governos nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal. Com lançamento hoje à tarde na Câmara Federal, a coordenadora da Agende, Marlene Libardoni destacou que o tema da mobilização nacional é focado nas chamadas violências “sutis”, ou seja, atos de violência moral, psicológica e de controle econômico e de sociabilidade, entre outros, considerados “normais” ou “naturais” por estarem arraigados nas relações de gênero e porque, muitas vezes, não são direta ou claramente percebidos como violência pela sociedade e pelas próprias mulheres vitimadas. ( fotos da pesquisadora Anelise Fróes).

 

CONVITE

 

 

Geisy, violência, feminismo

 

Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado. (Contardo Calligaris, na FSP de 9.11.2009, sobre as agressões à estudante Geisy Arruda, por usar um vestido rosa choque).

 

Venha participar de uma roda de conversa com o jornalista Marcos Rolim a partir do artigo do psicanalista Contardo Calligaris, denominado A Turba da Uniban.

 

Data: 3 de dezembro 2009 – Quinta-feira

Horário: 17h30min

Local: Auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – Rua dos Andradas, 1270, 13º andar – Centro – Porto Alegre

 

Promoção: Coletivo Feminino Plural e Núcleo das Mulheres Jornalistas Pela Igualdade de Gênero do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS

 

Apoio: Rede Feminista de Saúde, Maria Mulher-Organização de Mulheres Negras, Themis, Centro Hygia. Niem/UFRGS

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