Espaço de fala da juventude da periferia, Slam BR reúne representantes de todo o país

Pieta Poeta foi a vencedora da edição de 2018; organização afirma que a presença de mulheres tem crescido cada vez mais (Foto; SÉRGIO SILVA/PONTE JORNALISMO)

Em sua sexta edição, edição será realizado no Sesc Pinheiros, a partir desta quinta (12). Organização diz que este ano a batalha será a maior de todas. Destaque para a participação das mulheres negras

Do Rede Brasil Atual

Pieta Poeta foi a vencedora da edição de 2018; organização afirma que a presença de mulheres tem crescido cada vez mais (Foto: SÉRGIO SILVA/PONTE JORNALISMO)

São Paulo – A 6ª edição do Slam BR, campeonato brasileiro de poesia falada, será realizada desta quinta-feira (12) até o próximo domingo (15), no Sesc Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. Com representantes de todas as regiões do Brasil, poetas e poetisas se enfrentarão num movimento que mantém vigoroso ritmo de crescimento.

Presente em pelo menos 20 estados brasileiros e em 200 comunidades, a batalha surgiu em 2008. No slam, o júri é formado pelo próprio público, que atribui notas aos poemas falados. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, Roberta Estrela D’Alva, diretora geral do Slam BR, explica que o duelo tem como regra levar poemas próprios de três minutos, no máximo. O vencedor representará o Brasil na Copa do Mundo de Slam, na França, no ano que vem.

Estrela destaca que o campeonato de poesia é um espaço democrático, aberto para o público em geral que fala sobre qualquer assunto. Segundo ela, com o passar dos anos a participação feminina aumentou bastante. “O Slam é um espaço aberto para qualquer pessoa participar. No Brasil, ele teve muita adesão das comunidades periféricas, então os temas mais políticos e sociais estão bem em voga. Independente do assunto, você estar ali com o microfone na mão já é uma atitude política. As meninas estão chegando muito forte também”, afirmou à repórter Nahama Nunes.

Neste ano, a edição vai homenagear um poeta e uma poetiza ativos e de referência nas periferias paulistanas, que faleceram neste ano: a poeta negra e colaboradora da revista Ocas Tula Pilar Ferreira e o agitador cultural e cofundador da Cooperifa Marco Pezão.

A poeta Cinthya Santos, a Kimani, representará o estado de São Paulo na competição. “Eu já representei São Paulo, em 2017, quando fui vice-campeã. Então já passei por todo o nervoso e ansiedade. É uma alegria muito grande. Eu levo muita reflexão, com poesias que não deixam a resposta pronta, onde as pessoas vão buscar entender depois”, contou.

Para a poeta paulista, é uma honra ver tantas mulheres negras participando da competição. “As ultimas vencedoras foram a Luz Ribeiro, Bell Puã e a Pieta Poeta. São três mulheres pretas incríveis. Elas foram à França e ainda ultrapassaram uma barreira interior, de conseguir falar o que pensa e se fortalecer. A gente criou coragem para falar sobre coisas que ficaram quietas por muito tempo”, acrescentou.

O Sesc Pinheiros fica na Rua Paes Leme, 195. A entrada é gratuita. A programação começa hoje (12) a partir das 14h. Veja a grade completa das batalhas aqui.

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