Hoje é o dia internacional contra a discriminação racial. A data, é celebrada no dia 21 de março e foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em referência ao Massacre de Sharpeville, onde mais de 180 negros ficaram feridos devido a repressões policiais ligadas ao apartheid.
Por Leonardo Santos Do Portal Midia Urbana
Nos tempos atuais, o racismo ainda não acabou. Seja nas ruas, em casa e na internet, ele continua ali, presente, e cada vez mais exposto. Os casos de racismo na internet envolvendo artistas e personalidades da televisão, demonstram que a discriminação racial está longe de acabar.
“O racismo está presente no dia a dia, muitas vezes dirigido aos negros como forma de piada, mas na verdade, não é” afirma a estudante de jornalismo Renata Araújo, que recentemente passou por uma situação constrangedora nas redes sociais, quando uma pessoa fez comentários racistas e pejorativos em uma foto na qual Renata mostra seus cachos.
Renata passou por uma situação de racismo que viralizou nas redes sociais. (Imagem: Reprodução/Facebook)
“Hoje, a sociedade funciona em uma hierarquia de cor. Primeiro o homem branco, em seguida a mulher branca, depois o homem negro e por fim a mulher negra. SER NEGRO na sociedade já é motivo de preconceito e fragilidade. SENDO MULHER NEGRA, isso não muda e só aumenta” destaca Renata.
E se a internet também pode ser local onde há muito racismo, também pode ser local de luta e empoderamento. A estudante e blogueira Joicy Eleiny, abriu um blog para falar sobre seus cachos e de acordo com ela, o espaço se tornou uma ferramenta de resposta a discriminação. “É nele que eu descarrego todo o pesar e passo que me liberto dessa agressão. Acabo ganhando companheiro@s. Meus leitores me fortalecem muito e eu tento fazer o mesmo por eles”.
COMBATENDO, JUNTOS
Quando perguntadas sobre como combater o racismo, Renata e Joicy foram enfáticas: juntos e com cada vez mais visibilidade. “Um modo de tentar diminuir o racismo, é dando voz aos casos de preconceito, expondo que a discriminação acontece e muito” diz Renata.
“Devemos desconstruir desde aquele “moreninha” que ouvimos de pessoas que acham que chamar de negra é ofensivo, até em casos de situações mais agressivas. A luta é imensa e eu não conseguiria descrever cada uma das coisas que podemos fazer, mas acredito que tudo seria bem melhor se ao invés de precisarmos lutar tanto, os opressores conseguissem evoluir” destaca Joicy.
Renata brinca com seus cachos. (Foto: Arquivo Pessoal)
“Injúria racial é crime e racismo é crime. Se uma pessoa não gosta da minha cor, ela terá que aceitar que vivemos em uma civilização e que perante a lei, somos todos iguais apenas com nossas diferenças raciais”finaliza Renata.