Por Leno F. Silva
A população entendeu o chamado e o propósito do movimento “Existe amor em SP” e superlotou a Praça Roosevelt no último domingo. Foram mais de sete horas de empolgação pontuadas por apresentações musicais de uma nova safra de cantores que fazem questão de tratar nas suas canções as distintas facetas desta cidade à procura de cuidadores que a observem com doçura, generosidade, compreensão e não sob a lente do medo e do distanciamento.
Ao final, foi lindo ouvir a plateia cantar com o Criolo, numa mistura de êxtase, alegria e esperança. Por lá circularam tribos de exóticos a “normais”, e muita gente estava lá. Famílias inteiras, com filhos ou cães, também estavam lá. Os meninos e cada vez mais as meninas do skate, estavam lá e souberam conviver equilibradamente com os demais presentes naquele espaço público reinaugurado há pouco tempo.
Enquanto observava todas as movimentações, lembrei-me de outros momentos históricos da vida cultural e política da cidade, como As Diretas Já e o Impeachment do Collor, apenas para ficar em duas referências. Gerações diversas se misturaram para declarar e reconhecer que a existência de amor em Sampa está intimamente ligada ao amor
que cada um de nós se dispõe a cultivar e praticar.
O mote “Existe amor em SP” pegou, tocou muitas pessoas e agora precisa se transformar em compromissos de cidadania a serem alimentados por todos que aqui residem e fazem desta metrópole o que ela é e, o mais significativo, o que ela poderá ser se assim quisermos. Por isso, “Existe amor em SP” tem a ver com você e com cada um de nós. “Vamo que vamo”, meu povo. O amor próprio e uma atmosfera coletiva de amor é um caminho para uma cidade e
uma vida mais feliz. Por aqui, fico. Até a próxima.