Exposição considerada espetáculo racista gera protestos em Paris

Paris, 7 dez (EFE).- Cerca de 200 pessoas protestaram neste domingo contra o centro cultural Centquatre, em Paris, devido ao evento artístico “Exhibit B” do artista sul-africano Brett Bailey, que expôs no espaço 12 retratos vivos com negros em jaulas, o que alguns consideraram um espetáculo racista.

No Yahoo 

O protesto ocorreu sem confusão e sob a vigilância da polícia, cuja presença foi reforçada ao redor da “performance” devido às criticas que surgiram antes da inauguração do polêmico artista.

Com figurantes negros enclausurados em jaulas, a obra busca recriar os “zoológicos humanos” dos finais do século XIX, diz o autor.

“Queria analisar o racismo e a xenofobia em nossa época e mostrar como essa visão se origina na história”, declarou o artista em entrevista publicada netse domingo pela revista “Les Inrocks”.

Segundo o centro cultural que expõe a obra, Brett Bailey denuncia o terror da história colonial de seu país.

“Essa obra de arte denuncia sem ambiguidade todas as formas de desumanização, de racismo. Em cada retrato vivo, o caráter plástico extremamente preciso baseado em fatos históricos permite a tomada de distância e proíbe toda a possibilidade de impressão degradante”, argumentou.

A mostra, programada durante uma semana, já tinha sido alvo de protestos em Paris e também em Londres, onde foi cancelada em setembro pela polêmica gerada.

Um porta-voz de um grupo identificado na manifestação como “Brigada Anti-Negrofobia”, criticou a França à imprensa por ser um “Estado racista” ao sediar a performance.

“Sempre somos mostrados na posição de vítimas. Onde estão as imagens que nos representam de pé?”, questionou o porta-voz, que classificou de “voyeurismo” que “sempre se mostre os negros em uma posição inferior”. EFE

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...