Dados da Secretaria de Segurança mostram que neste ano foram registrados 12 casos de feminicídio entre janeiro e maio, em todo o estado. Sete casos somente na capital. Em 2017, foram seis casos.
Por Maria Romero, do G1
Último caso aconteceu nessa terça-feira (19) no conjunto Nova Teresina. (Foto: Andrê Nascimento/G1 PI)
Os feminicídios ocorridos em Teresina, apenas no primeiro semestre deste ano, já ultrapassaram em mais de 30% os casos registrados em todo o ano de 2017, segundo a Secretaria de Segurança do Piauí. A delegada Eugênia Villa, subsecretária de segurança do estado, afirmou que os números representam uma verdadeira tragédia para a sociedade e para as famílias que perdem mulheres para o machismo.
Este ano a polícia já confirmou 12 casos de feminicídio entre janeiro e maio, em todo o estado. Durante todo o ano de 2017, foram seis casos na capital. Até o fim do mês de maio deste ano, havia sete casos registrados e, nessa terça-feira, (19), mais uma morte de mulher aconteceu na capital. Ao todo, foram dois casos a mais, representando um aumento de 33%.
A vítima foi a diarista Francinilda Pereira de Andrade, 33 anos, morta a pauladas por um idoso de 66 anos, identificado como José Ribamar Costa, que confessou à polícia ter matado Francinilda por ter desconfiado de uma suposta traição.
Eugênia Villa está a frent de elaboração do protocolo (Foto: Beto Marques/G1)
Mesmo antes do fim do inquérito policial, a delegada Eugênia já diz notar as características de um feminicídio. “Era uma mulher pobre e negra que foi morta por um homem dentro de casa. Há um padrão nessas vítimas. Todas nós delegadas e mulheres ficamos estarrecidos com cada novo caso que aparece”.
Ela destaca que o feminicídio é um crime que destrói a família e tem um caráter político, por atingir diretamente a vítima em sua condição de mulher. Segundo ela, é fundamental que as vítimas procurem ajuda denunciando qualquer tipo de violência antes que seja tarde demais. Ela fez um apelo para que as vítimas e seus amigos, familiares e conhecidos denunciem qualquer tipo de violência.
“O que mais nos desafia é que as mulheres são mortas em ambientes em que estariam seguras, em casa, em sua residência, por isso a dificuldade de detectar esses casos com antecedência. Elas não pediram socorro na delegacia. As pessoas têm que denunciar”, declarou.
Três feminicídios em 24 horas
Gabriela de Carvalho foi esfaqueada e morta pelo companheiro após uma briga do casal (Foto: Reprodução/Facebook)
Os três casos foram registrados em: Paulistana, onde Gabriela de Carvalho, 22 anos, foi esfaqueada e morta pelo companheiro após uma briga nessa segunda-feira (18).
Em Teresina, na manhã dessa terça-feira (19), um idoso de 66 anos, identificado como José Ribamar Costa, confessou à polícia ter matado Francinilda Pereira de Andrade, 33 anos, a pauladas. Em Piripiri, a empregada doméstica Irismar Castro, de 38 anos, foi morta pelo ex-companheiro nessa terça-feira (19).
Irismar foi morta pelo ex-companheiro (Foto: Reprodução/Facebook)