Feministas denunciam publicidade sexista em data comemorativa

Exposição do corpo feminino de forma acentuada, mulheres mostradas apenas como frágeis, doces e românticas ou como simples objeto de desejo masculino. Esses são exemplos de situações sexistas observadas em alguns anúncios publicitários. O tema foi lembrado esta semana por organizações feministas por ocasião do Dia Internacional da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação – 14 de setembro.

As cervejarias são uma das mais denunciadas por publicidade sexista.

Em um documento publicado no sítio da Federação de Mulheres Progressistas, as feministas chamam a atenção para propagandas em que as mulheres aparecem como público exclusivo, mesmo que o produto seja para uso masculino e feminino. Outro caso de anúncio sexista é aquele em que a mulher é invisível, ou seja, a propaganda utiliza apenas o masculino para se referir aos dois gêneros.

Leia também: EBC e ONU Mulheres comemoram 30 anos do programa Viva Maria

Para elas, também são exemplos típicos de anúncios sexistas aqueles em que as mulheres são retratadas como dependentes e sustentadas por um homem; abordadas somente como mães, esposas e donas de casa; representadas como femininas, doces e carinhosas ou, no extremo oposto, como chatas, invejosas, mandonas e fofoqueiras, reforçando, dessa forma, estereótipos; valorizadas apenas pela beleza física; ou mostradas em profissões ou cargos inferiores aos dos homens.

Para evitar situações desse tipo, a Federação sugere que as agências de propaganda criem manuais de estilo com perspectiva de gênero e adote ações como não utilizar o masculino para englobar os dois gêneros, utilizar termos comuns para o masculino e o feminino, evitar a subordinação do gênero feminino e o uso exclusivo do masculino para se referir a determinados cargos, principalmente quando desempenhados por mulheres, e substituir a palavra escrita em um gênero pelo oposto para saber se a frase é ofensiva para algum dos dois.

O Dia Internacional da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação foi celebrado na quarta-feira (14) em várias partes do mundo. A data foi instituída durante do 5º Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 1990, em San Bernardo, Argentina.

A escolha do dia foi para homenagear o programa Viva Maria, que entrou no ar pela Rádio Nacional de Brasília (Brasil) no dia 14 de setembro de 1981. Comandado pela radialista Mara Régia di Perna, o programa discutia questões feministas e abriu espaço para o movimento de mulheres.

Dentre as lutas feministas visibilizadas pelo programa estavam a criação da primeira delegacia de Atendimento da Mulher de Brasília e o incentivo à amamentação materna. Viva Maria permaneceu no ar até maio de 1990, quando a radialista Mara Régia foi demitida por Fernando Collor de Mello, então presidente do Brasil, que a considerava como uma “liderança negativa”.

 

 

 

Fonte: Lista Racial

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