O ANGANA – Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios Negros de São Paulo atua na desconstrução de versões da história que se pretende oficial e universal, a qual desconsidera toda a atuação política da população negra nos mais distintos ramos da atuação humana. Batalhamos pelo direito da memória, onde os referencias e experiências de matriz afro sejam reconhecidos e valorizados, e passem a compor o mosaico que forma cada um(a) de nós como sujeitos históricos e políticos.
Por Thais Fernanda A. Avelar, enviado para o Portal Geledés
E no bojo dessa discussão, a questão de gênero, alicerçada no protagonismo de mulheres negras constitui-se como vetor da nossa prática ao entendermos que questionar a história “oficial” prevê concomitantemente o questionamento do patriarcado e o reconhecimento das experiências das mulheres negras na subversão e fomento à outros devires.
É no bojo de todas essas questões que se insere o evento:
Festival de Turismo “Mulheres no Mapa”
O Angana: Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios Negros em São Paulo, através da parceria com várias unidades do SESC – Serviço Social do Comércio, realizará diversos roteiros acerca das experiências e protagonismo das mulheres negras em São Paulo, traçando assim itinerários em territorialidades que foram invisibilizadas pelos projetos urbanísticos eugênicos do fim do século XlX e início do século XX. O foco se dá sobre as experiências da população negra, compreendida como sujeito histórico que constituiu e constituí a história da cidade de São Paulo, a qual ainda permanece negligenciada. Portanto os objetivos centrais do Angana, são justamente descortinar e desconstruir imaginários oficiais que negligenciam tais protagonismos. Na contramão desse processo, o Angana se propõe a traçar outras cartografias, atentando para a centralidade das populações negras como agentes imprescindíveis para a compreensão das diversas facetas da história das populações negras na cidade de São Paulo. Reaver essas histórias e memórias, inegavelmente empoderam a população negra, e conformam outra leitura possível para a formação da capital paulista e do país como um todo.
Maiores Informações: http://tribufu-mcp.blogspot.com.br/2016/10/angana-desenvolve-roteiros-ligados.html
Sobre a autora:
Museóloga
Pesquisadora
ANGANA- Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em territórios Negros em São Paulo