“Filmes não são verdadeiros”, diz Halle Berry sobre racismo no cinema

FONTEDo UOL

Única negra a vencer o Oscar de melhor atriz principal, pelo filme “Monster’s Ball – Depois do Ódio” (2001), Halle Berry classificou como “desolador” o fato de nenhuma outra ter seguido seus passos.

Neste terça (2), durante o evento Makers Conference, em Los Angeles, ela relembrou o emotivo discurso que proferiu na entrega da estatueta, em 2002, quando dedicou o prêmio a “toda mulher sem nome, sem rosto e de cor”, na esperança de que estivesse abrindo uma importante porta para mulheres negras.

“[Vencer o Oscar] Foi importante para mim, mas eu sabia naquele momento que era algo maior do que eu. Eu acreditei quando disse aquilo. Acreditei com todos os ossos do meu corpo que estaria incentivando a mudança“, lamentou.

“Vir aqui quase 15 anos depois, e sabendo que outra mulher de cor não saiu poraquela porta, é de partir o coração. Porque naquele momento aquilo era maior do que eu. É devastador começar a pensar que talvez não fosse. E eu sentidesesperadamente que era.

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Segundo Barry, representando pouco as minorias raciais, Hollywood falhaem retratar a realidade diversa dos Estados Unidos. “Como cineastas eatores, temos a responsabilidade de dizer a verdade. Acho que os filmesque saem Hollywood não são verdadeiros. Eles não mostram e o envolvimento e a participação depessoas de cor em nossa culturaamericana.”

A polêmica sobre o racismo no Oscar começou no dia 14 de janeiro, após o anúncio dos indicados ao prêmio, que este ano, pela segunda vez consecutiva, não incluiu atores negros, latinos ou representantes de outras minorias raciais, fato que indignou parte da comunidade artística, levando nomes como o ator Will Smith e o diretor Spike Lee a boicotarem a premiação.

Com a grande repercussão do debate, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas americana, que organiza o Oscar, anunciou que duplicaria a presença de mulheres e representantes de minorias entre seus membros até 2020.

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