Funcionário de mercado é demitido após procurar a polícia por racismo

Uma mulher, que também trabalha no mercado, teria jogado água em Douglas Ferreira para ''limpar'' a pele dele

Douglas Ferreira, 18 anos, trabalhava como repositor no supermercado Vivendas, em Santa Maria. Em 12 de agosto, uma colega de trabalho o procurou dentro do estabelecimento o chamando por “preto sujo” e “saci-pererê“. Abalado, ele procurou os supervisores para que o problema tivesse uma resolução. Sem sucesso, Douglas chamou a polícia.

Em entrevista ao G1, Douglas afirmou que procurou a funcionária da limpeza que fez os comentários para saber o porquê das falas racistas. “Ela começou a debochar e me insultar. […] A gente quer justiça.” 

A acusada foi presa em flagrante, mas pagou fiança e foi solta. Além dela e de Douglas, José Ribamar, colega de trabalho que testemunhou o crime, prestou depoimento à polícia. O crime foi protocolado como injúria racial.

Após registrar um boletim de ocorrência na 20ª Delegacia Policial, de Santa Maria, o Supermercado Vivendas demitiu Douglas, José e a acusada. Ribamar trabalhava no Vivendas há cinco meses e reclamou de ter perdido o emprego. “Fui mandado embora por causa de um crime que é racismo e eu testemunhei.”

No boletim de ocorrência, consta que a acusada teria “jogado propositalmente água no pé dele” para limpar a pele de Douglas. O Correio Braziliense procurou o supermercado por telefone e e-mail, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

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