O artigo apresenta aspectos da infância indígena de povos indígenas do Alto Rio Negro, indicando processos similares no desenvolvimento das crianças de família linguística Tukano Oriental e Aruak, aproximados por movimento intercultural, interligados pela diversidade linguística, mas negados nas políticas públicas, especificamente quando se referem aos direitos da infância, construídas sem a reflexão e o conhecimento minucioso sobre as centenas de infâncias indígenas e das respectivas particularidades territoriais que permeiam o Brasil, especialmente o Amazonas, e que, consequentemente, silenciam conhecimentos dessa fase da vida humana no referido Território a partir da concepção da criança. Assim, o objetivo do artigo é apresentar traços da infância presente no Território Etnoeducacional Alto Rio Negro. Para tanto, utilizamo-nos de dados coletados, porém não utilizados nos projetos de pesquisa, no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, Educação Infantil e Povos Indígenas: Direitos e Estado da Arte (Ano 2017/2018) e Educação Infantil e Povos Indígenas: Relatos de Experiências (Ano 2018/2019). Ressaltamos que foram utilizados dados obtidos nas Oficinas de Etnomapeamento e Etnozoneamento, do Programa Residência Pedagógica, em 2019, para a Turma Alto Rio Negro, do Curso de Graduação em Licenciatura – Formação de Professores Indígenas, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal do Amazonas – UFAM, quando os acadêmicos realizaram reflexões não apenas sobre o Território, mas também sobre o Parecer CEB/CNE nº 013/2011, referente às Diretrizes Curriculares Nacionais para as Escolas Indígenas, nas quais constam estudos sobre a oferta de Creche e Educação Infantil nas aldeias, assim como das outras etapas e modalidades da escolarização indígena. Utilizamos ainda Pesquisa Bibliográfica e Documental, objetivando verificar o que tem sido produzido sobre a Infância ou Educação Infantil no Amazonas, considerando ser o estado brasileiro definido para reflexão sobre a infância indígena. Ao final da leitura e revisitação documental, reafirmamos que permanece o processo de colonização em Territórios Indígenas, autorizado algumas vezes pelos próprios povos indígenas, tendo em vista que são apenas informados e não esclarecidos sobre os processos que envolvem a escolarização para a infância em suas Terras Tradicionais, configuradas como maior direito que a criança precisa, pois é na Terra que se vivencia as memórias coletivas.
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