Itália celebra 70 anos da República e dos direitos das mulheres ao voto

A Itália celebrou nesta quinta-feira, com um grande desfile militar e civil no centro de Roma os 70 anos do referendo que deu lugar à sua República e ao direito das mulheres ao voto.

Do IstoÉ

“A Europa e a República são nossos pilares”, insistiu o presidente Sergio Mattarella em uma entrevista ao jornal Corriere della Sera.

Mattarella assegurou que havia detectado, em um ano e meio como presidente, um “país em geral melhor do que às vezes mostramos”.

“Os valores da liberdade e da justiça, o respeito aos direitos humanos e dos povos são hoje em dia os fundamentos da coesão de nossa sociedade e os pilares sobre os quais se apoia a construção da Europa”, declarou em uma mensagem às Forças Armadas, em um momento em que a chegada dos imigrantes gera rechaço em grande parte dos europeus e dos italianos.

Um partido militar através dos Fóruns Imperiais, uma cerimônia no altar da pátria à memória do soldado desconhecido e um grupo de acrobacias da Aeronáutica, acompanharam no céu de Roma esta cerimônia na presença do presidente Matarella e do primeiro-ministro, Matteo Renzi.

A novidade foi o desfile de 400 prefeitos, ao lado da parada militar, a três dias do primeiro turno das eleições municipais em várias cidades, entre elas Roma.

Em 2 de junho de 1946, os italianos – e as mulheres pela primeira vez – votaram a favor da República e elegeram uma assembleia encarregada de redigir uma constituição.

O jornal La Stampa, em sua capa, reproduziu sete fotos de mulheres durante esses 70 anos, desde uma jovem menina em um barracão dos anos 1940 até uma mulher do século XXI com seu smartphone.

A Itália está de novo em plena reforma constitucional, com o objetivo de modernizar as instituições para torná-las mais eficazes.

Em outubro os italianos foram às urnas para se pronunciarem sobre essa importante reforma, aprovada em abril pelo Parlamente, que limita os poderes do Senado e deve proporcionar estabilidade governamental. A Itália já teve 63 governos desde 1945.

Da reforma do mercado de trabalho até a modernização da vida política, diante dos desafios da imigração, do terrorismo e da austeridade na Europa, o governo de centro-esquerda de Matteo Renzi tem se caracterizado por seu voluntarismo diante de um imobilismo do passado.

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