Itaú é processado por impedir funcionária de deixar agência após sofrer aborto espontâneo

O Ministério Público do Trabalho em Palmas, no Tocantins, entrou com pedido de processo contra o banco Itaú S.A., acusado de praticar assédio moral. O Ministério Público pede uma multa de R$ 20 milhões por dano moral coletivo, após denúncias de excesso de serviços na empresa, que estaria ocasionando problemas físicos e psicológicos aos empregados.

 no 

Segundo denúncias do SINTEC-TO (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Tocantins), uma funcionária do banco teve aborto espontâneo durante o expediente e, mesmo ensanguentada, não pôde sair da agência até fechar a tesouraria, três horas depois do aborto. Ela ainda teve de guardar o feto em um saco plástico até ser liberada para ir ao hospital. Diversos funcionários disseram testemunhar o caso.

Depois de ir ao médico e ter direito a 30 dias de afastamento, ela só pôde descansar quatro dias.

Além desta situação, funcionários relataram pressão excessiva. Eles eram impedidos de almoçar e diversas vezes ficavam muito além do expediente, sem anotar as horas extras.

Depois de receber as denúncias, o MPT-TO está investigando o caso. “Os depoimentos colhidos são uníssonos e demonstram que a ré sobrecarrega seus funcionários com acúmulo de funções e carga excessiva de trabalho”, diz a procuradora Mayla Mey Friedriszik Octaviano Alberti, responsável pela investigação.

Segundo Mayla, os bancários são punidos até mesmo por ficarem doentes e que a “desastrosa gestão” do Itaú já ocasionou a perda da vida, “além de ameaçar outras que estão geradas em condições adversas decorrentes de pressão e estresse.”

Diante das acusações, o Ministério Público exige em ação civil o estabelecimento de metas compatíveis, pausa remunerada para descanso, o pagamento de horas extras com correção e a não perseguição de bancários ouvidos pelo inquérito.

A ação civil foi ajuizada na 1ª Vara do Trabalho de Palmas e a audiência marcada para 18 de junho. Procurado pelo Brasil Post, o Itaú não se posicionou sobre o tema até o fechamento da matéria.

+ sobre o tema

Mortes de mulheres no Brasil têm raça e classe definidas, dizem pesquisadores

"Violência no Brasil é um fenômeno social articulado a...

Atleticanos e sociedade não podem banalizar o estupro

Um time como o Galo, cujo slogan é "paixão...

Pelo menos sete casos de violência contra mulher são registrados este domingo

Quantidade de ocorrências espantou a PMDF, que lembrou sobre...

Patrícia Mitie, a mais nova vítima de feminicídio no Brasil

Patrícia Mitie Koike, de 20 anos, foi espancada até...

para lembrar

Travesti foi assassinada por incentivar mulher a denunciar o marido

A Polícia Civil já identificou o homem que matou...

Projeto Promotoras Legais Populares

O projeto PLPs tem como objetivo ampliar a capilaridade do...

Estupro dentro de casa

Comentando o “Se eu fosse você'' Por: Regina Navarro Lins, do...
spot_imgspot_img

A Justiça tem nome de mulher?

Dez anos. Uma década. Esse foi o tempo que Ana Paula Oliveira esperou para testemunhar o julgamento sobre o assassinato de seu filho, o jovem Johnatha...

Dois terços das mulheres assassinadas com armas de fogo são negras

São negras 68,3% das mulheres assassinadas com armas de fogo no Brasil, segundo a pesquisa O Papel da Arma de Fogo na Violência Contra...

A cada 24 horas, ao menos oito mulheres são vítimas de violência

No ano de 2023, ao menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a cada 24 horas. Os dados referem-se a oito dos nove...
-+=