O Ministério Público do Trabalho em Palmas, no Tocantins, entrou com pedido de processo contra o banco Itaú S.A., acusado de praticar assédio moral. O Ministério Público pede uma multa de R$ 20 milhões por dano moral coletivo, após denúncias de excesso de serviços na empresa, que estaria ocasionando problemas físicos e psicológicos aos empregados.
no Brasil Post no Luiza Belloni
Segundo denúncias do SINTEC-TO (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Tocantins), uma funcionária do banco teve aborto espontâneo durante o expediente e, mesmo ensanguentada, não pôde sair da agência até fechar a tesouraria, três horas depois do aborto. Ela ainda teve de guardar o feto em um saco plástico até ser liberada para ir ao hospital. Diversos funcionários disseram testemunhar o caso.
Depois de ir ao médico e ter direito a 30 dias de afastamento, ela só pôde descansar quatro dias.
Além desta situação, funcionários relataram pressão excessiva. Eles eram impedidos de almoçar e diversas vezes ficavam muito além do expediente, sem anotar as horas extras.
Depois de receber as denúncias, o MPT-TO está investigando o caso. “Os depoimentos colhidos são uníssonos e demonstram que a ré sobrecarrega seus funcionários com acúmulo de funções e carga excessiva de trabalho”, diz a procuradora Mayla Mey Friedriszik Octaviano Alberti, responsável pela investigação.
Segundo Mayla, os bancários são punidos até mesmo por ficarem doentes e que a “desastrosa gestão” do Itaú já ocasionou a perda da vida, “além de ameaçar outras que estão geradas em condições adversas decorrentes de pressão e estresse.”
Diante das acusações, o Ministério Público exige em ação civil o estabelecimento de metas compatíveis, pausa remunerada para descanso, o pagamento de horas extras com correção e a não perseguição de bancários ouvidos pelo inquérito.
A ação civil foi ajuizada na 1ª Vara do Trabalho de Palmas e a audiência marcada para 18 de junho. Procurado pelo Brasil Post, o Itaú não se posicionou sobre o tema até o fechamento da matéria.