No Brasil, um jovem negro corre 2,5 vezes o risco de morte de um jovem branco. No nordeste, o perigo para eles é 5 vezes maior. Em alguns Estados da região, como a Paraíba, chega a 13,4 vezes. Os números fazem parte do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade (IVJ 2014), pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública a pedido do governo federal que foi divulgada nesta segunda-feira pela Folha de S. Paulo.
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O estudo usou dados de 2012 do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde) para calcular as taxas de homicídio de jovens negros (pretos e pardos) e brancos de 12 a 29 anos. O resultado não é novidade: a desigualdade racial ainda é expressiva em nosso cotidiano, especialmente em relação à violência.
Em todos os Estados brasileiros, com exceção do Paraná, os jovens negros têm mais chance de serem assassinados que os jovens brancos. Os piores números são observados na Paraíba (risco de 13,4 vezes), Pernambuco (11,5), Alagoas (8,7), Distrito Federal (6,5) e Espírito Santo (5,9).
Os menores números, por sua vez, foram encontrados em Tocantins (1,8), Rio Grande do Sul (1,7), São Paulo (1,5), Santa Catarina (1,4) e Paraná (0,7). Neste último, o jovem branco tem mais risco de ser alvo de homicídio que o negro.
A mesma pesquisa aponta ainda que, dos quase 30 mil jovens assassinados em 2012, 76,5% eram negros. Além disso, de 2007 a 2012, enquanto o total de homicídios de jovens brancos caiu 5,5%, o de jovens negros subiu 21,3%.