Lésbicas são mais bem pagas do que mulheres heterossexuais, diz pesquisa

Diferencia chega a média de 20% nos EUA, segundo Banco Mundial. Já salários dos homens gays são menores

No O Globo 

LONDRES – Um estudo do Banco Mundial sobre a relação entre sexualidade e salário mostra que as lésbicas ganham mais do que as mulheres heterossexuais. No Reino Unido, por exemplo, essa diferença é de 8%, mas nos EUA as lésbicas ganham em média 20% a mais. Quanto aos gays a diferença também existe, mas para menos: no Reino Unido, eles recebem salários 5% menores que os heterossexuais, percentual que sobe para 9% na Alemanha e 12% no Canadá.

De acordo com Nick Drydakis, professor de economia na Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, que fez o relatório para o Banco Mundial, as diferenças de salários podem ser explicadas por escolhas de carreira e estilo de vida: “Lésbicas percebem cedo na vida que não vão seguir um modelo tradicional de casamento”, ele disse.

Tais decisões podem incluir estudar por mais tempo, escolher uma carreira que pague mais, trabalhar mais horas ou até escolher profissões tradicionalmente dominadas por homens que paguem mais. Já os gays ganham menos que colegas heterossexuais por causa da discriminação ainda existente em muitas empresas, segundo o estudo.

“O mercado de trabalho valoriza menos as características dos gays, e a diferença no resultado pode ser atribuído ao fracasso de homens homossexuais em se conformar com os papéis tradicionais de gênero”, diz o relatório.

A pesquisa, que analisou provas recolhidas em todo o mundo, descobriu que a discriminação no recrutamento de homens gays parece ser mais elevada em profissões dominadas pelos homens e mais pronunciada contra lésbicas nos locais de trabalho dominados pelo sexo feminino.

Funcionários gays e lésbicas em geral relatam mais incidentes de assédio, tratamento injusto no trabalho, e dizem ter menos satisfação no trabalho em relação a suas contrapartes heterossexuais.

Menos de 20% dos países têm regras em vigor para prevenir a discriminação contra os trabalhadores com base na sexualidade. No entanto, os governos poderiam melhorar as oportunidades de trabalho para os funcionários gays e lésbicas por promover o respeito e igualdade no local de trabalho e publicação de dados anuais sobre os progressos no sentido da igualdade, o relatório argumenta.

Foto: DIBYANGSHU SARKAR / AFP

+ sobre o tema

Angela Davis completa 80 anos como ícone marxista e antirracista

A obra de Angela Davis, 80, uma das mais...

Marcha das Vadias tem tumulto em frente a igreja em Copacabana

Uma das manifestantes tirou camisa no pátio da igreja,...

para lembrar

Cris Guterres é homenageada com o Prêmio Ruth de Souza

A empresária e comunicadora Cris Guterres foi homenageada no...

HPV: meninas de 11 a 13 anos devem receber segunda dose da vacina

Meninas de 11 a 13 anos que já receberam...

Feminista responde a leitores da BBC Brasil sobre igualdade de gênero

"Quero que os homens embarquem nessa luta para ajudar...

Mulheres ciganas: um retrato brasileiro

Chegaram em 1574. Mantêm, há quase 450 anos, língua...
spot_imgspot_img

Me Too Brasil recebeu denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida

A organização Me Too Brasil afirmou nesta quinta-feira que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi acusado de assédio sexual. Em nota, o...

“Minha literatura convoca todo mundo”, afirma Conceição Evaristo

Conceição Evaristo se emociona escrevendo. Chora, precisa levantar e retomar o fôlego ao fim de uma cena particularmente dolorosa. Edifica os personagens como quem...

Erika Hilton é eleita a melhor deputada federal do Brasil em 2024

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) ganhou o prêmio de melhor deputada do Brasil em 2024, concedido pelo Congresso em Foco. A parlamentar, que...
-+=