Liliam Thuram: “Quando cheguei a Paris, com nove anos, dei-me conta que era negro”

Antigo internacional francês, em entrevista ao jornal Marca, aborda três temas fraturantes no futebol mundial: Racismo, machismo e homossexualidade.

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Liliam Thuram (Foto: © Reuters)

Liliam Thuram, antigo internacional francês, em entrevista ao jornal Marca, ele que trabalha agora numa associação que luta contra todos os tipos de discriminação, abordou alguns dos temas fraturantes no desporto-rei.

Lembrando a primeira vez que sentiu na pele o peso do racismo, Thuram dá ainda a sua visão sobre outros dois temas cada vez mais relevantes no seio do futebol: homossexualidade e machismo.

“O racismo golpeou-me sem querer. Quando cheguei a Paris, com nove anos, dei-me conta que era negro. E quando te dás conta disto, imediamente depois entendes que um negro é menos que um branco. E com tempo dei-me conta que esse ódio chega pela história. É algo cultural. Há que explicar às crianças que não é algo natural”, defendeu o antigo internacional francês, falando depois sobre o porque de se falar tão pouco de homossexualidade no futebol.

“A maioria das pessoas não aceita a homossexualidade, isso podia ser um problema. O futebol é um grande negócio e se um jogador confessa a sua homossexualidade sabe que pode ser preterido. Mas não é um problema do futebol, é da sociedade”, defendeu Thuram.

“O futebol é reflexo da sociedade em que vivemos e vivemos num mundo machista. O poder masculino sobre o poder físico da mulher. Clubes como o Barcelona, PSG e muitos outros têm agora as suas equipas femininas. Esta é uma mensagem potente e importante”, argumenta o antigo jogador, falando depois sobre a escassez de treinadores negros na elite mundial.

“Por sorte há cada vez mais. Não é fácil. O futebol aceita jogadores de cor, mas que seja um negro a mandar já não é tão fácil. Passa-se o mesmo com as mulheres. Para uma grande parte da sociedade ainda é difícil de aceitar. No caso dos treinadores negros, há muito que nem sequer tiram o curso porque acham que têm poucas possibilidades de conseguir trabalho. Vêem-no como uma perda de tempo”, finaliza Thuram sobre o tema.

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